A coluna de opiniões deste perene (*vide rodapé) permite deliciosa troca de idéias e informações, em oportunidades, por vezes pouco interessantes, mas outras, muito importantes, úteis, agradáveis. Sempre foi excitante escrever amadoristicamente para comunidades de amigos, de leitores aleatórios. Faz lembrar os prosaicos murais das antigas salas de aulas. Isso aqui é um mural democrático, um lugar como a ágora da clássica Atenas. Só que p"ra escrever aqui a gente tem que ter um mínimo de desconfiômetro, ou semancol. É uma coluna de amadores, que, sendo de grande alcance de "circulação", recebe volta e meia, bem vindas participações de profissionais jornalistas, e de bons vernaculistas, o que faz a gente aumentar a freqüência nesta praça. O que é ruim é que pode virar pinico de político, justamente nesta temporada, em que as campanhas se farão menos em comícios e mais em "espaços virtuais".
Tivemos aí, poucos dias atrás, a verborragia caudalosa e esquizofrênica de um candidato, que, vomitando uma composição pernóstica desafinou completamente o meio-tom da coluna. Deslocado, tresloucado, talvez? Só deixou claro que é suficientemente ridículo para ser feliz na política. Mas não generalizemos, o ridículo mor está deixando o proscênio em Brasília. Quiçá, afastada da Presidência da República o pesadelo burlesco, o clima quixotesco de seus discursos, apareçam doravante mais políticos como Tancredo, ou até mesmo, (não vamos muito longe), Blairo, um homem que sempre projetou a voz e a palavra com humildade, com respeito, e inesperada simplicidade.
*(jornais virtuais às vezes são chamados de perenes, em blague (atenção!: é blaque mesmo, não blogue!) com "os periódicos", pois estes estão "on-line" 24 horas, atualizados, "on time")
Emerson Ribeiro é cardiologista em Sinop