Pode até parecer que não, mas o desprezo não é, em sua totalidade, um comportamento nefasto. Ele, assim como tantas outras palavras do nosso português, tem significado ambíguo. Dependendo da situação, o desprezo pode ser um recurso do comportamento humano que, bem aplicado, o torna necessário e oportuno. Por outro lado, o lado pejorativo da palavra, é infinitamente, mesquinho, deplorável, esdrúxulo e insípido.
Cada caso é um caso. O primeiro c aso, por exemplo, seja talvez o mais difícil de ser praticado, e, também, difícil de ser notado em sua plenitude. Senão…, vejamos: imagine uma situação de indiferença entre amigos, onde um deseja mostrar para o outro, através do desprezo – gelo – que, para ser feliz basta que se saiba conservar, autenticamente, as verdadeiras amizades; Num segundo caso, seria o fato de que o outro partilha da ideia de que basta ser detentor do poder econômico para estar rodeado de amigos. Parece que não, mas, existe sim, aquele que por ter uma condição financeira melhor, costuma ver o outro sempre inferior, pequeno, baixo, menor, restrito, limitado, como se o outro não tivesse caráter, princípio, berço. Que lastima! Infelizmente o mundo está cheio de pessoas que por assumirem, voluntariamente ou não esse perfil, ao meu entender são doentes cuja demência não lhe permite ser ele próprio. Esses são passiveis de dó e de pena.
Conservar uma amizade não é nada fácil. Basta dizer que para que isso aconteça, primeiro é necessário que ela seja conquistada, senão sua sequencia não procede. E tem mais: quem sabe conquistar e conservar um amigo, possui, no mínimo, alguns valores éticos incontestáveis e imprescindíveis. Entre eles estão aqueles que recebemos dos pais, em nossa fase de criança e adolescente. Estes são, normalmente, elencados em princípios básicos que não se dimensionam e chamam a atenção por terem carisma, e gozarem de uma humildade que, por sua vez, influenciam categoricamente na personalidade do ator.
O saber ser simples, deve ser comparado a uma proteína indispensável para o raciocínio lógico, cujo paladar está filtrado na sensatez, de uma sensibilidade capaz de conceber coerência com bom senso.
E o sentido pejorativo da palavra? O que fazer de uma postura anacrônica, sem sentido e sem escrúpulos? Que por decisão do acaso, se entrega a uma soberba sem fundamentação cultural, social, culinária e/ou espiritual. Não há razão que se sustente dentro de um psêudo literário que convença ou se glorifica. O que torna o ator da cena numa desonra voluntária ou não é saber que ele, às vezes, não sabe em que abismo se meteu ou está inserido.
O objetivo desse artigo é pois, fazer com que a sociedade avalie seus conceitos no intuito de promover uma autocritica que permita à sua consciência, entregar-se à humildade de pedir perdão.
Não somos objetos. Somos sim, uma matéria que, ao longo dos anos entramos em decomposição, nos desfazemos, nos diluímos a cada dia até deixarmos de existir. Não obstante, nossa memória há de continuar a nossa caminhada, intacta, se e somente se, nossa concepção intelectual publicar, no coração de quem quer que seja, a semente da igualitariedade, do amor, e da valorização que a fotografia retratara por nossas índoles.
Gilson Nunes é jornalista em Mato Grosso
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