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Amazônia

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O escritor doutor Fiorelo Picoli, em seu livro publicado em abril de 2004, chamou-a de “A Ilusão da Terra Prometida”, visando enfatizar a expropriação da terra Amazônica, face aos habitantes nativos e as riquezas existentes, em favor do que chamou de “grandes grupos econômicos”, que expulsava índios, posseiros e nativos em geral, para a construção de cidades, abertura de estradas e implantação de parques industriais, na maioria madeireiros, o que na visão do autor, jamais se revestiu de justiça social, e não justifica o apoio do estado.

O autor foi feliz em enfocar o modelo equivocado de exploração, realmente o costume nos levou a cometer equívocos e de certa forma, os fins não justificaram os meios.
Porém, a necessidade contemporânea, nos obriga a uma reflexão pratico didática, visando a elaboração de um programa de manutenção e desenvolvimento da região amazônica, onde os ideais preservacionistas, convivam harmonicamente com o desenvolvimento, e nossas cidades e população em geral, não pereça por inanição, ante reiteradas operações repressoras, constantes fechamentos de empresas e prisões de toda sorte, em sua maioria civis face a equívocos administrativos, sem que se ofereça qualquer chance de sobrevivência.
É notória a motivação internacional para que se preserve a Amazônia, mas não se oferece qualquer contra-partida.

Hoje, se alguém oriundo do Sul ou Sudeste, me pedir um roteiro para chegar em Sinop, eu o finalizarei orientando que, ao chegar em Cuiabá, deve-se tomar à direita no trevo do lagarto, e com mais 500 kilometros trafegando em uma rodovia federal, totalmente destruída, esburacada, com veículos acidentados, caminhões tombados, com centenas de vidas perdidas, milhares de toneladas de produtos agrícolas jogadas fora, chega-se, se o carro não “rachar ao meio”, à famosa cidade de Sinop, cravada no portal da AMAZÔNIA ILEGAL, pois se o modelo anterior contemplou equívocos, com o corte raso da floresta e os constantes incêndios, o que se propõe nesse momento, nos torna sim, ocupantes ILEGAIS de nossa própria terra.
Já não é sem tempo para que baste a corrupção e desvio de dinheiro publico em nossa região, mas essa é outra historia.
Nesse momento, precisamos com urgência, que algum órgão nacional ou estrangeiro, se digne a instruir a população local, sobre o que é e como verdadeiramente se maneja florestas, dentro da legislação pertinente.
O MANEJO FLORESTAL SUSTENTAVEL, não versa apenas sobre extração de madeira, embora predomine, mas cria um leque de possibilidades para atividades diversas, tais como, estações de pesca, pousadas e hotéis, extração de plantas, medicinais e ornamentais, extração de óleos e frutos, criadouros de animais e aves e outras atividades legais e rentáveis, tanto quanto a agricultura e pecuária, que permitem a sobrevivência dos habitantes da região, e a preservação ambiental.

É importante salientar, que somos um país soberano e democrático, e a historia nos colocou aqui, como em outras tantas regiões do país e do mundo, para construirmos nossas vidas e de nossas famílias, e da forma radical como está sendo tratada a questão ambiental, temos sido simplesmente considerados alienígenas, invasores e depredadores, que praticam ilegalidade e são criminosos, quando na verdade, está faltando ações do poder publico e da própria sociedade, para readequar o modelo de exploração econômica da região, visando o desenvolvimento sustentável.
Menos corrupção, repressão e pirotecnia e mais educação. Plano de Manejo Florestal Sustentável deve ser matéria da grade curricular do ensino médio, mas se não for possível, devemos promover cursos periódicos abertos para a classe estudantil e sociedade em geral.

Solução existe.

Valdir Favareto é secretário de comunicação do PT Sinop

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