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A montaria Noturnala Obsidiana

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Na saga World of Warcraft, jogo em rede de uma milionária produtora americana, o jogador precisa completar uma sequência de missões que vai lhe dando mais poderes e argumentos para continuar cada vez mais forte na sua estratégia, ganhando arsenais que vão desde espadas a truques de magia poderosíssimos. A empresa produtora ganha na evolução do jogador e está sempre a "presentear-lhes" com novos recursos, a preços promocionais, para estimular que continuem na aventura, e, que são verdadeiros Cavalos de Troia, pois trazem em seu ventre um grande inimigo do orçamento doméstico dos incautos aficionados.

E o nosso cotidiano está repleto desses presentes de grego e precisamos estar atentos para eles.
Alguns deles são fabricados por candidatos papagaios de pirata que, além de outras artimanhas, brindam-nos com a sua figura colada ao prestígio de determinada autoridade pública – obviamente que esta última se locupleta disso também – das quais tentam, como que por osmose, tomar emprestado a influência, como se isso fosse possível. Mas para que um candidato desses seja eleito, por conta dessa ignóbil manobra eleitoreira, seria necessário que nós e-leitores (leitores, eleitores e internautas) fossemos tolos para cair nessa antiguíssima cilada troiana, gestada nas entranhas dessas eminências, grávidas desses oitavos passageiros. E, por falar nisso, nunca é demais lembrar ao Senador Pedro Taques – que já começa a se deixar emprenhar por larvas de Aliens do Tribunal de Contas – onde terminou a trajetória do Senador Demóstenes, depois que começou a fazer trilhas em cachoeiras conhecidas e perigosas.

Outros desses presentes são dados em negociações trabalhistas, a exemplo do que foi feito pelo governo federal com os professores das Universidades e Institutos federais. O governo embrulhou e apresentou como presente de Odisseu um reajuste de 47% e que atingia apenas 1% da categoria. E nesse passo, peço licença ao e-leitor para, embora sem procuração, realizar a defesa dos servidores públicos que estão em franca campanha por recomposição de perdas salariais decorrentes da inflação em períodos que, para determinadas categorias, superam quatro anos.
Ora, a sociedade pode e deve apoiar essas campanhas que além de justas tem o objetivo de manter e ampliar a qualidade dos serviços públicos oferecidos por esses servidores.

Lembrem-se que a má qualidade na educação oferecida no ensino médio e fundamental pelas escolas estaduais e municipais decorre, em grande parte, das perdas salariais da categoria pela falta de mobilização a partir da instalação da ditadura militar em 1964 que sufocou os movimentos sindicais, inclusive dos professores. E para os militares não poderia ser diferente, pois para eles a educação nunca foi prioridade e a escola e seus mestres representavam e sempre representarão séria ameaça aos que tentam o domínio pela força.

Os mais antigos irão se lembrar… eu me lembro, pois sou egresso de escola pública, gratuita e de qualidade, que, em tempos remotos, à exemplo da Escola Barão de Melgaço, Presidente Médici, ETFMT (as três onde estudei), Liceu Cuiabano, Nilo Póvoas, etc., todas, eram, até meados da década de 1970 (antes de começarem as perdas salariais efetivas), escolas modelo, pois contavam com professores do mais alto gabarito, dada a atratividade dos seus vencimentos. E grande parte da elite (no melhor sentido da palavra) cuiabana era formada por professores e professoras do ensino médio e fundamental públicos.

As perdas salariais dos mestres foram enormes, pela impossibilidade de mobilização da categoria durante os anos de chumbo, e refletem bem o cenário atual. E se a sociedade não quer ver uma reprise desse descalabro que ocorre no ensino fundamental público, que trate de apoiar os movimentos reivindicatórios dos professores e das demais categorias de servidores, pois a qualidade na prestação dos serviços públicos depende fundamentalmente da qualidade remuneratória de seus servidores que, depois da Constituição de 1988, só são o que são por seus próprios méritos e sacrifícios, e, lembro que a porta de acesso continua aberta para quem quiser encará-los.

Adamastor Martins de Oliveira – didadão de Mato Grosso
[email protected]

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