
Um dos líderes do movimento afirmou também que as rodovias não devem ser bloqueadas novamente em Lucas, Sorriso e Mutum. “A princípio nosso manifesto nestes municípios acabou, por enquanto. Devemos nos juntar ao povo para um protesto somente no próximo dia 15, contra o governo do Partido dos Trabalhadores”, afirmou.
Há pouco, em Nova Mutum, um dos líderes dos protestos confirmou a trégua. “Decidimos aguardar um posicionamento após essa reunião, que acontece no período da manhã. Se a nossa classe não for atendida, vamos bloquear por completo a rodovia e não vamos permitir a passagem de nenhum caminhão”, disse. Hoje manhã, a assessoria da Rota do Oeste informou que nenhum trecho da BR-163/364, sob sua concessão, está bloqueado.
Conforme Só Notícias já informou, o ministro Miguel Rossetto, da Secretaria Geral da Presidência, recebeu, ontem à tarde, em Brasília, caminhoneiros mato-grossenses acompanhados dos senadores Blairo Maggi (PR) e José Medeiros (PPS) que entregaram a pauta de reivindicações da categoria para encerrar os manifestos com bloqueios nas rodovias federais, que completaram hoje 12 dias. O empresário do setor de transportes de Lucas do Rio Verde, Gilson Baitaca, que faz parte da organização do manifesto, disse ao ministro que "paramos como caminhoneiros e não motivados por sindicatos e associações. O setor inteiro do transporte está em decadência há um longo período e chegou no fundo do poço. Agora redigimos um documento, incluindo algumas pautas", expôs.
Ao final do encontro, Baitaca apontou que o ministro assinou a ata de reivindicações. Foi cobrada tabela de preços mínimos para o frete, prolongamento da dívida dos Finames, dos contratos já firmados, a sanção integral da lei dos caminhoneiros que regulamenta a profissão, sem vetos, redução de 5% do PIS/COFINS sobre o preço do óleo diesel, a ‘liberação’ das multas aplicadas aos representantes do movimento de paralisação, entre outras questões.
Ontem, em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop foram realizados bloqueios durante a manhã com pausa de duas horas no almoço, retomada na parte da tarde e liberada à noite.
Nesta segunda-feira, os caminhoneiros não fecharam a rodovia no período da manhã. O bloqueio foi após às 13h, mas liberado por volta das 17h. Como vem sendo feito, apenas carretas e caminhões com cargas não perecíveis (grãos, roupas, eletrônicos e etc) não passavam. Carros, caminhonetes, ônibus e vans trafegavam normalmente. Em mais 5 Estados está havendo bloqueios em rodovias estaduais e federais.
Vários setores da economia foram afetados com o protesto dos caminhoneiros. Um deles é o de combustíveis. Desde a semana passada houve falta de gasolina, etanol e diesel em várias cidades. Em Sinop, a maioria dos postos começou a receber cotas de combustível, no final de semana, para abastecer veículos. Mas a situação preocupante é que continua faltando óleo diesel para atender os produtores que estão colhendo a soja. Os TRRs (revendedores) estão sem estoques e donos calculam que, a partir do momento que os bloqueios acabarem, serão necessários 15 dias para normalizar o abastecimento porque muitas carretas que foram carregar em Cuiabá e Alto Taquari ficaram presas nas filas do manifesto, bem como as que 'voltavam' carregadas.
Também houve falta de gás de cozinha em algumas revendedoras. Para hoje e amanhã é esperada chegada de cargas com centenas de botijões.
(Atualizada às 08h37)


