A bebê indígena Analu Paluni Kamayura Trumai continua em um abrigo público, em Canarana. Segundo informações do Ministério Público do Estado, a mãe biológica da criança, uma adolescente, aparece esporadicamente para visitar a menina e não a amamenta, como chegou a ser divulgado. “Infelizmente este contato próximo não aconteceu. A mãe vai de forma irregular ao abrigo, ela não tem este contato tão íntimo e afetivo que era o esperado. Temos tentado restaurar este vínculo materno, mas até hoje isso ainda não aconteceu naturalmente”, comenta o promotor de Justiça que acompanha o caso, Matheus Pavão de Oliveira.
Segundo o promotor, ele ainda aguarda conclusão de estudo psicossocial, bem como resultado do exame de paternidade para definir o destino da bebê. Lembra que o pai manifestou interesse em ter a guarda da bebê, mas “nada será decidido antes da conclusão do estudo e do resultado do exame de DNA”.
Com relação à guarda da bebê, ele diz que são várias as possibilidades. “A regra-geral é que se evite ao máximo a adoção, para que se mantenha sempre o vínculo familiar, com a mãe, com o pai, tio, avô, alguma pessoa que tenha vínculo afetivo e sanguíneo com a criança. Adoção é sim uma possibilidade, mas não é nossa prioridade primeira. A intenção é tentar manter esse vínculo familiar e se não for possível tentar uma adoção no seio indígena, mantendo a tradição cultural indígena. Após o estudo psicossocial vamos insistir para que algum familiar seja capacitado para exercer efetivamente a guarda da criança”.
Conforme o promotor, a saúde da bebê é considerada estável, porém, pelo fato de ter permanecido muito tempo enterrada há uma requisição médica para levar a criança à Brasília, onde passará por uma neuropediatra a fim de verificar se a menor não ficou com sequela.