O Sindicato dos Vigilantes de Rondonópolis promete manter forte a greve dos profissionais do setor nesta quinta-feira, caso não receba nova proposta dos patrões. Uma reunião foi realizada no ontem, em Cuiabá, entre representantes dos patrões e dos trabalhadores do seguimento, mas não houve acordo. O resultado da reunião será repassado para avaliação dos profissionais de Rondonópolis hoje, que devem decidir pela continuidade da greve, iniciada nesta segunda-feira, e que vem causando uma série de transtornos e prejuízos à população
Ontem, as agências da Caixa Econômica Federal (CEF), Banco da Amazônia (Basa) e Unibanco não atenderam ao público. No Basa e Unibanco, apenas o auto-atendimento funcionou. O Santander, que havia fechado as portas na terça-feira, voltou a atender ao público ontem. O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Rondonópolis, Lourivaldo Alves Menezes, o popular Guiratinga, repassou que apenas um carro-forte continuou atuando nesta quarta-feira, mesmo assim para atender somente as agências locais do Banco do Brasil.
Sem segurança própria ou com o número de vigilantes reduzido, as agências bancárias da cidade que abriram as portas ontem contaram com o reforço no patrulhamento ostensivo da Polícia Militar, feito nas ruas e calçadas, principalmente na região que concentra a maior quantia delas. Conforme o Sindicato dos Vigilantes, funcionários do Bradesco estariam fazendo pessoalmente o transporte de valores para a agência, contrariando normas existentes. A gerência do Bradesco negou a informação, garantindo que os 30% dos vigilantes em atuação têm garantido o abastecimento da agência. Disse que se trata apenas de malotes com documentos bancários.
Guiratinga explicou que, até então, os patrões mantinham a proposta de reajuste de 5,2%, R$ 50,00 em ticket refeição e R$ 50,00 em auxílio assiduidade. Os vigilantes, por outro lado, pedem reajuste de 20%. Conforme Guiratinga, os vigilantes querem ainda R$ 100,00 em ticket refeição, R$ 100,00 de auxílio assiduidade, jornada de trabalho de 44 horas semanais (hoje é de 12 horas por 36 horas), mudança da data-base para 1º de maio (hoje a data-base é 1º de janeiro), além de auxílio risco de morte de 30% sobre o salário para aqueles que trabalham em agências bancárias.
Entrando no quarto dia da greve dos vigilantes, muitas agências bancárias de Rondonópolis temem o desabastecimento. Segundo informações do Sindicato dos Vigilantes, apenas as agências do Banco do Brasil vêm sendo abastecidas nestes dias.
A gerência da agência do banco HSBC disse que a segurança na agência não foi prejudicada nestes dias de greve, mas repassou que não tem recebido dinheiro desde o começo do movimento. A agência tem trabalhado com o que tem entrado em depósito.
A gerência da agência do banco Itaú também informou que corre o risco de ficar sem dinheiro, pois estava trabalhando com o que estava entrando em depósito. No entanto, assegurou que, até ontem, o atendimento estava sendo realizado normalmente.