O governo de Mato Grosso voltou a questionar, ontem, os dados de derrubadas de áreas florestais em 19 cidades apontados pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente esteve nos locais onde o instituto apontou aumento considerável de desmatamentos, nos últimos meses de 2007, e o governador Blairo Maggi declarou que 90% dos casos não são de desmates recentes. “Em algumas áreas, por exemplo, não havia desmatamento algum. Outras eram pastagens”, declarou o governador, em entrevista à Folha de São Paulo.
Ele acrescentou que muitas derrubadas são resultados de incêndios florestais ou de interpretações equivocadas das imagens de satélite.
Por telefone, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, disse à Folha que o órgão sustenta os dados divulgados em janeiro, mesmo em relação às areas cujo desmate tenha começado antes dos últimos cinco meses do ano passado. Ele declarou ainda que não pretende “polemizar” com o governador pela imprensa.
Maggi disse que levará os dados da revisão apontando as falhas do Inpe ao presidente Lula e aos ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e Meio Ambiente, Marina Silva. O Inpe apontou que 19 dos 36 municípios incluídos na lista dos maiores devastadores dos últimos cinco meses de 2007 são de Mato Grosso e está prestes a ser desencadeada a Operação Arco de Fogo, pelo Ibama, com apoio da polícia, nas áreas que acabaram sendo embargadas. Os proprietários terão que se recadastrar no Incra.