Os turistas gaúchos Juliano Polita, 31 anos e Luciano Frizon, 32, de Guaporé (RS), nunca imaginaram que ao comprar um pacote turístico para pescar na região Amazônica, na divisa entre Mato Grosso e Amazonas, fossem passar um susto tão grande.
Eles ficaram quase 4 dias “presos” na pousada Jurumé, em Apiacás, depois que o proprietário foi atacado por cerca de 20 índios da Aldeia Muruvi, que alegam serem donos das terras onde a pousada foi construída. Tudo começou no domingo quando o proprietário Ari Carneiro, estava recebendo um avião da Funai, na pista de pouso, que foi levar mantimentos para os índios, e foi atacado. Ele foi ferido na cabeça e levou uma flechada na perna.
Depois de ser socorrido pelo avião da Funai e encaminhado para Alta Floresta, Carneiro procurou as autoridades para resolver o problema dos turistas e dos empregados, que estariam a mercê dos índios. Os dois turistas contaram à promotora Audrey Ility, que não foram agredidos pelos índios e também não ficaram aprisionados por eles.
“Embora os índios intimidassem por estar com pintura de guerra e armados por arco e flecha, eles não amaeaçaram os turistas. Disseram apenas que a área é deles e que se o proprietário voltar lá será morto”, disse a promotora, ao Só Notícias. Os dois turistas conseguiram sair da pousada descendo de barco até a barra que fica na confluência entre os rios Juruena e Teles Pires.
“De lá eles foram resgatados pelo proprietário de uma pousada vizinha, que trouxe os dois de avião a Alta Floresta”, explicou Audrey. Na pousada ainda estão 4 homens, 3 mulheres, um adolescente de 15 anos e uma criança de 5.
São funcionários da pousada e seus filhos que estão impedidos de sair, a exemplo dos turistas porque acabou o combustível do único barco que não foi destruído pelos índios. “Se algum avião descer lá, os índios prometem destruir. Mas a Polícia Federal, a polícia estadual, o Ministério Público estão agindo juntos para resolver a situação. A Funai deve intermediar com os índios a ida de um avião ao local para retirar essas pessoas”, garantiu a promotora.
O resgate das 9 pessoas deve ocorrer, segundo ela, nesta sexta-feira. Segundo a promotora, Ari Carneiro apresentou a documentação das terras, que não ficam em área indígena.