Os técnicos da Receita Federal iniciam hoje uma nova paralisação de 72 horas (até quinta-feira) para pressionar o governo a revisar a carreira e reduzir as diferenças salariais com os auditores-fiscais do órgão.
A greve dá continuidade à paralisação de três dias feita na semana passada, que gerou transtornos para os contribuintes. Pelos cálculos do Sindireceita (Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal), a paralisação atingiu de 90% a 95% dos 6.500 funcionários da categoria e restringiu o atendimento aos portadores de deficiência física, gestantes, idosos e cidadãos em último dia de prazo para entrega ou retirada de documentação.
De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, a paralisação prejudicou até mesmo o resultado da balança comercial brasileira.
O superávit somou só US$ 343 milhões na semana passada, uma queda de 65% em relação aos sete dias anteriores.
Greve
Rodrigo Thompson, diretor de assuntos parlamentares do Sindireceita, disse que a categoria protesta contra a estrutura de carreiras e cargos da Receita Federal, dividida, principalmente, entre técnicos e auditores fiscais.
O sindicalista afirmou que técnicos e auditores desempenham funções muito semelhantes, mas ‘com diferenças salariais enormes’. O salário de entrada do técnico é de R$ 3.900, contra R$ 7.700 do auditor.
Os técnicos da Receita querem aproveitar a regulamentação da medida provisória que criou a Super-Receita na semana passada para reduzir as diferenças salariais entre técnicos e auditores.
A nova regulamentação deve sair até o dia 15 de agosto, quando começará a ocorrer a fusão entre as estruturas da Receita Federal e da Secretária de Receita Previdenciária.
Eles também querem regulamentar a função dos técnicos da Previdência, que hoje têm um salário inferior e passarão a ser integrados à estrutura da Receita Federal com a Super-Receita.
Auditores
Amanhã os auditores-fiscais da Receita também farão assembléia para discutir emendas à medida provisória que cria a Super-Receita. Na assembléia, que acontece em Brasília e deve durar o dia todo, entretanto, não deve ser decidida a paralisação de funcionários.