Caminhoneiros também bloquearam a BR-163 em Sorriso, esta tarde, impedindo a passagem de carretas e caminhões que não estavam com cargas perecíveis para reforçar o manifesto, iniciado pela manhã, em Lucas do Rio Verde, visando pressionar o governo a reduzir o preço do óleo diesel. Nesta quinta-feira será retomada pela manhã nas duas cidades. Carros, ônibus, caminhões e carretas com cargas vivas continuam passando.
A assessoria da Rota do Oeste informou que, por volta das 18h, o tráfego dos que estavam carregados foi liberado em Lucas do Rio Verde. Nesta sexta-feira, a intenção é não liberar a passagem de carretas e caminhões, independente das cargas que levam para aumentar a pressão no governo.
O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Sorriso e região (26 cidades), Wilson Rodrigues, disse, ao Só Notícias, que motoristas devem aderir, nesta 5ª, em Sinop, Rondonópolis e Cuiabá. "Estamos pagando para trabalhar com este preço do combustível. Isso que estamos em plena safra. Imagine dentro de 30 dias quando acaba e o frete baixa cerca de 30%. Ainda teremos no segundo semestre que pagar pedágio na BR-163. O preço do frete não está ruim. O óleo diesel está levando a maior parte do dinheiro. Queremos que o governo se mobilize e baixe o preço. R$ 3,15 o valor médio é absurdo. Valor da nossa realidade seria R$ 2,50 e ainda é alto".
Em Nova Mutum, tem um base no trevo de acesso a São José do Rio Claro (MT-249), onde os manifestantes estão orientando os caminhoneiros e não saírem dos armazéns em direção aos portos. Em Nova Mutum, o bloqueio será feito na sexta-feira. “Sabemos que só orientar não será o bastante para sensibilizarmos o governo federal, mais vamos também interditar a rodovia, para ver se alguém se posicione diante dessa situação que estamos vivenciando”, disse um dos manifestantes, Alessandro Pivetta, ao Só Notícias. “Nossa atividade esta se tornando inviável com esses aumentos constantes do óleo diesel e o preço do frete defasado, o governo terá que tomar alguma medida para que nós possamos trabalhar seguramente.
O manifesto é organizado por empresas transportadoras de produtos que estão criticando o aumento nos combustíveis e querem a desoneração do imposto de 17% para 12%. Eles também protestam contra corrupção na Petrobras que, na avaliação de alguns manifestantes, a conta "da roubalheira" está sendo paga pela população através dos aumentos nos combustíveis.
A manifestação também tem o objetivo de pedir ao governo de Mato Grosso que impeça as tradings (empresas que atuam como intermediadoras nas negociações comerciais, principalmente de commodities agrícolas no Estado), de contratar o frete abaixo da tabela estipulada pela Secretaria Estadual de Fazenda. “Isto tem que ser cumprido, é uma resolução. Não estamos inventando nada. Se estas empresas têm certos incentivos fiscais, é correto que elas cumpram determinados critérios. Tem que valer a lei”, diz o empresário Gilson Baitaca, do setor de transportes, em Lucas do Rio Verde. Tradings e agenciadores que não praticarem preços da lista da secretaria correm risco de perderem os seus incentivos fiscais junto ao Estado e terem suas respectivas inscrições estaduais suspensas.
Conforme Só Notícias já informou, em Lucas, o preço do diesel é vendido, em média, R$ 3,24. Em Nova Mutum, é vendido a R$ 3,31.Em Sorriso, com o recente aumento, o litro do óleo diesel foi para R$ 3,05 (preço médio apontado pela ANP) , mas pode ser encontrado por até R$ 3,29 em alguns postos. Em Sinop, o valor médio é R$ 2,98 mas alguns vendem por até R$ 3,14.
(Atualizada às 23h19 – fotos: reprodução e Só Notícias/Chico Telo)