Os agricultores integrantes da Associação dos Produtores da Gleba Barreiro, que ajudaram pagar a conta da pavimentação da MT-487 e hoje fazem a manutenção da rodovia, vão se reunir no próximo dia 10, em Sorriso, e cogitam suspender a cobrança de pedágio nos 58 km da 'rodovia do barreiro', que da acesso a BR-163. A falta de repasse financeiro do governo estadual é o principal problema.
O presidente Luiz Carlos Nardi explicou, ao Só Notícias, que o Estado deve R$ 1,2 milhão para a associação (cerca de R$ 700 mil são da gestão do ex-governador SIlval Barbosa) referente ao pedágio que é pago por caminhoneiros e demais usuários e deve retornar para a entidade fazer a manutenção e expansão da rodovia. "Desde começo do ano estamos cobrando e esperando. Recentemente, fizemos tapa buracos (na rodovia) que custou R$ 400 mil e agora não temos dinheiro para pagar. Vamos demitir funcionários e, se a maioria dos associados decidir, abriremos as barreiras e deixaremos de cobrar pedágio. Aí o governo se vira em dar manutenção na rodovia", afirmou Nardi. "Já pegamos dinheiro de sócios para manter folha em dia (pagamento dos 12 funcionários). Ninguém quer mais colocar dinheiro do bolso", emendou.
"Pagamos Fethab (Fundo de Transporte e Habitação) no soja, pagamos pedágio e se tiver que pagar manutenção da rodovia não dá. O Governo do Estado está ficando com nosso dinheiro, não está devolvendo o que é nosso por direito. O secretário Marcelo Duarte (de Infra-estrutura e Logística) não atende telefone nem para marcar audiência. É um descaso", criticou Nardi. O presidente disse que não entende o motivo do governo não fazer os repasses.
Ele cogitou ainda que a associação, além de não cobrar pedágio, poderá entrar na justiça para não pagar o Fethab. Mensalmente, é arrecadado cerca de R$ 110 mil mensais. A cobrança vem sendo feita desde 2011.
A região do Barreiro, como é conhecida, tem dezenas de fazendas e é um das regiões onde há grande produção de soja em Sorriso.