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Sinop: justiça não concede prisão domiciliar para acusada de mandar matar marido e amante

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Só Notícias/Herbert de Souza

A Justiça da 1ª Vara Criminal de Sinop negou o pedido da defesa para revogar ou converter em domiciliar a prisão preventiva decretada contra a maquiadora Cleia Rosa dos Santos Bueno, 34 anos. Ela é acusada de mandar o amante Adriano Gino, 29 anos, matar o marido, Jandirlei Alves Bueno, 39 anos. Ela também seria responsável por contratar os irmãos José Graciliano dos Santos, 30 anos, e Adriano dos Santos, 20, para matarem Gino.

Ao pedir a prisão domiciliar, a defesa se baseou em uma lei de 2016 que autoriza a substituição da prisão preventiva por mães de filhos com até 12 anos, que ainda não foram condenadas. Para a Justiça, no entanto, ” é certo que, no caso em comento, diante da imputação da suposta prática do crime de homicídio em face do ascendente dos menores, qualificado, em tese, pela motivação fútil consubstanciada no fato de a vítima não aceitar a separação, o que impedia a denunciada de assumir o romance com a segunda vítima, não autoriza a conversão de sua prisão preventiva em medida cautelar de prisão domiciliar”.

Sobre o pedido de revogação da prisão preventiva, a Justiça entendeu que não houve “alteração fático-jurídica” nos elementos que embasaram a decretação. “Na ponderação entre a liberdade individual da acusada e a segurança e a ordem pública, que são direitos de caráter difuso e coletivo e, ao mesmo tempo, de interesse público do Estado, entendo que os segundos devem imperar sobre o primeiro”, consta em trecho da decisão.

Em maio, a Justiça Criminal acatou a denúncia proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra a maquiadora, que passou a responder por homicídio qualificado supostamente cometido por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, em relação ao assassinato de Jandirlei. Já pela morte de Adriano, Cleia foi denunciada por assassinato supostamente cometido por meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a impunidade de outro crime (no caso, a morte de Jandirlei).

José Graciliano e Adriano respondem pelo homicídio de Gino, supostamente cometido mediante promessa de recompensa, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. O trio também foi denunciado por ocultação de cadáver em relação à morte de Adriano Gino.

A maquiadora é acusada de mandar o amante Adriano matar o marido e, depois, teria contratado José e Adriano, que trabalhavam como vigilantes na rua da suspeita, para matar o amante. Ela e os outros dois suspeitos foram presos no final de março por policias da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf). Os dois homens levaram os investigadores até o local onde o corpo de Gino foi enterrado, em uma área de mata, na estrada Alzira. Ele estava desaparecido desde o dia 23 de dezembro do ano passado. Na mesma vala, foi encontrada a motocicleta da vítima.

Jandirlei foi esfaqueado na residência do casal, no Jardim Florença, durante simulação de suposto latrocínio (roubo seguido de morte), que teria sido executado, segundo a polícia, pelo amante de Cléia. O marido da maquiadora foi atingido por dois golpes de faca, em outubro de 2016, e ficou internado por quase dois meses, porém, acabou falecendo. Na data do crime a mulher contou à polícia que estava em casa, na companhia do esposo, quando foram rendidos por dois assaltantes. Na versão contada, Jandirlei teria reagido e sido esfaqueado.

Ugo Reck disse que a família de Jandirlei já desconfiava da mulher, mas que, na época, não foram reunidas provas contra ela. Com o sumiço de Gino, as investigações foram retomadas. “Outra equipe voltou a investigação e descobriu que ela estava se relacionando com o amante, suspeito de matar o marido dela. Então, descobrimos que ele também estava morto. Os dois crimes foram motivados por brigas fúteis entre amante e marido. Em relação a morte do marido, (ela) se mostrou um pouco arrependida. Já o outro crime (amante) disse que faria de novo”, declarou.

Os dois acusados de matar Adriano contaram como o crime ocorreu. “Ela primeiro ofereceu R$ 5 mil, depois ofereceu um carro GM Prisma e nós aceitamos. Ela levou o amante até a casa dela, dopou com comprimidos e nós matamos com golpes de enxada. Depois colocamos no carro e escondemos o corpo”, disse.

Os irmãos estão no presídio Ferrugem. Já a mulher foi levada para a cadeia feminina de Nortelândia. A primeira audiência de instrução e julgamento do caso está marcada para o dia 17 de setembro. Durante a sessão, serão realizados os interrogatórios dos acusados de envolvimento nas duas mortes, além de testemunhas.

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