O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) doou cerca de 100 metros cúbicos de madeira para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agrossilvipastoril. As toras das espécies itaúba, champanhe e cedrinho foram apreendidas em uma área de desmatamento ilegal, na semana passada, em uma mata localizada em um assentamento às margens da BR-163, a cerca de 50 km de Sinop, e serão utilizadas em obras no centro de pesquisa da empresa.
De acordo com a assessoria da Embrapa, dois tratores utilizados na derrubada da floresta também foram apreendidos e doados à empresa. Desde a chegada da Embrapa Agrossilvipastoril em Mato Grosso, a empresa e o Ibama têm sido parceiros. Parte da madeira utilizada na obra de construção da sede do centro de pesquisa foi proveniente de doações feitas após apreensões em desmatamentos ilegais.
De acordo com o fiscal do Ibama Evandro Selva, a parceria com a Embrapa tem sido vital para o trabalho desenvolvido no Estado. "Se não fosse o apoio da Embrapa tanto no recebimento de madeira quanto de maquinário, teríamos feito o trabalho pela metade. Nossas forças estão nas apreensões e não temos como retirar o material. Mostrar que o infrator vai perder o bem retirá-lo dele é fundamental para mostrar que o poder público está organizado", disse Selva.
Para o chefe-adjunto administrativo da Embrapa, Tênisson Waldow, o recebimento destes materiais é importante não apenas pela redução dos custos de implantação da unidade, que é uma obra pública, mas também por dar um destino útil ao que foi apreendido. "Antes de se pensar no custo, estamos contribuindo para a apropriação de materiais para fim de desenvolvimento. Também estamos evitando que isto não seja utilizado de outra forma ou venha a deteriorar. Além disso, tem uma contribuição para o relacionamento e fortalecimento institucional dos dois órgãos públicos", analisa Waldow.
Como forma de compensação ambiental a mesma quantidade empregada na obra será plantada em experimentos de recuperação de áreas degradadas que serão desenvolvidos no centro de pesquisa da empresa. Além de madeira, o Ibama também doará cerca de 700 cabeças de gado que também foram apreendidas. Os animais serão utilizados em experimentos já previstos para serem implantados na unidade.
A Embrapa também tem sido fiel depositária de máquinas, caminhões, barcos e equipamentos apreendidos no estado. Caso o poder judiciário decida pelo confisco destes bens, eles serão incorporados ao patrimônio da unidade, servindo de suporte ao desenvolvimento das pesquisas.