Servidores da saúde pública decidiram, ontem no final da tarde, entrar em estado de greve e ficar em assembleia permanente. O motivo é a precarização das unidades de saúde para justificar a implementação das Organizações Sociais (OSS), o que tem tornado o trabalho nas unidades insustentável. O recurso tem o objetivo de respaldar juridicamente as próximas ações dos servidores contra as OSS, sem que o Estado possa exonera-los ou transferi-los, pois já estariam sofrendo retaliações no ambiente de trabalho. Além disso, caso entendam que há conjuntura para greve, não precisarão convocar nova assembleia com 48h de antecedência.
Há meses os servidores têm denunciado a falta de insumos e materiais. Eles também alegam falta de respeito por parte do governo do Estado, que, segundo eles, os acusam de serem responsáveis pelos problemas enfrentados pelos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na semana passada, os trabalhadores do SAMU divulgaram uma carta aberta à população e ao Conselho Estadual de Saúde demonstrando as reais condições de trabalho, que colocam em risco suas vidas e também a dos usuários. Os servidores do MT Hemocentro, que já foi referência no trabalho hemoterápico, também denunciaram a falta de materiais e insumos ao Conselho Estadual de Saúde, em reunião realizada no dia 1º de agosto.
Na reunião do conselho, o secretário de Estado de Saúde, Vander Fernandes, admitiu que há verba parada e que ele não “consegue” mexer, devido a burocracia política.
Os servidores lembraram que no ano passado, quando o governo conseguiu aprovar o “novo modelo de gestão da saúde”, com a implantação das OSS no Estado, ninguém sabia ainda do que se tratava. “Hoje nós sabemos e não queremos nem OSS, nem Parcerias Público Privadas. Nós queremos a valorização do Sistema Único de Saúde. Queremos a Saúde 100% pública”, apontou o sindicato.