O servidor do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente do Estado (Ibama) em Mato Grosso, Luiz Carlos Prestes Leite, preso em flagrante no dia 24 de janeiro deste ano negociando um processo em tramitação contra uma empresa por R$ 20 mil, durante a operação "Coluna", da Polícia Federal para combate crimes de corrupção e peculato no órgão, foi exonerado do cargo. Na ocasião, ele foi afastado por determinação do presidente nacional do órgão, Américo Ribeiro Tunes, e conduzido para a Penitenciária Central do Estado. Luiz Prestes estava no órgão há 33 anos e a exoneração a mando da ministra Isabela Teixeira, por meio de portaria datada desta quinta-feira (11), foi publicada no Diário Oficial da União.
Luiz que ocupava o cargo de técnico ambiental foi demitido "por valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública, receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie e improbidade administrativa" consta na publicação.
Em 2008 ele já havia sido afastado do setor de fiscalização por estar envolvido em irregularidades e acabou remanejado por decisão do presidente, porém nunca havia sido investigado pela Polícia. Entretanto, desta vez a direção do órgão percebeu o sumiço do processo no início de 2010, quando houve a última movimentação no sistema. O dinheiro flagrado com Luiz foi dado por uma empresa para que ele não aplicasse uma multa. Assim o processo foi retirado irregularmente do órgão, o que configura crime de peculato.
Na última operação, a PF investigava o desaparecimento de mais de 30 processos contra empresas de Mato Grosso das dependências do Ibama/MT, que teriam a participação de servidores do órgão. Em troca da "retirada" dos documentos físicos, o que burla a etapa de cobrança das multas, servidores receberiam propina de empresas.