Foi enterrado na final da tarde de ontem, em Cuiabá, Dyolen Vieira de Souza, 23, acadêmico de jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e estagiário do jornal A Gazeta. O jovem morreu num trágico acidente no município de Bandeirantes, a 80 km de Campo Grande (MS), na manhã de sábado, que também tirou a vida da amiga dele Helen Caroline Bastos da Costa (Carol) e do namorado da jovem, Jony da Costa Silva, 22, que conduzia o veículo. Os pais de Carol, Marcos Antônio Bastos e Ramona Moraes da Silva Costa, sobreviveram.
No velório e sepultamento, os olhares dos familiares, amigos e companheiros de trabalho era de imensa dor. Quieto, sempre muito educado e um grande estudioso, Dyolen deixa saudades. “O silêncio dele fez mais barulho do que se poderia imaginar. Um barulho para o bem, que atraiu coisas grandes. A comoção é muito grande”, enfatizou a jornalista Liana D”Menezes, editora dos cadernos Vida e Zine no jornal A Gazeta, com quem Dyolen trabalhava diretamente.
Liana lembrou que o estudante de jornalismo surpreendeu já no teste e, apesar de outros acadêmicos terem passado pelo mesmo procedimento, ela já sabia que seria ele o escolhido. Dyolen começou a estagiar no jornal no início deste ano e as últimas matérias escritas pelo jovem, inéditas, serão publicadas na edição de hoje e amanhã.
“Ele tinha fome de saber, necessidade de se superar. Era crítico e não cometia erros. Quando era chamado a atenção, ficava arrasado e fazia em dobro. Ele era muito zeloso”, completa Liana.
Além de cursar jornalismo, Dyolen já era formado em Rádio e TV e também cursava Letras na UFMT. Além disso, o jovem caminhava para conclusão de um mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO) e já sonhava com um doutorado, que pretendia fazer no Sul do país.
“Perdemos mais que um companheiro de trabalho, perdemos um profissional promissor. Ele se mostrava um jornalista sério, que teria uma carreira brilhante. O mercado perde um grande profissional”, completou Liana.
A jornalista lembra ainda que o jovem tinha humor sarcástico e inteligente, além de um QI alto. Fazia parte de vários núcleos de estudos. “Ele tinha sede de viver. Não desperdiçava o tempo para nada. Fica a dor da saudade. A lembrança que deixou é exemplo de luta, de vida”.
O superintendente do Grupo Gazeta de Comunicação, João Dorileo Leal, também reforçou o sentimento de perda de um “menino que tinha um futuro brilhante”. Ele demonstrou muito talento e era muito querido que tinha a admiração dos amigos. Estava em um momento importante. O mercado perdeu, pois ele ia ser um grande jornalista”.
Dyolen Vieira de Souza completaria 24 anos no próximo dia 21.