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Representante aponta avanço histórico para setor de transportes; medidas são publicadas e bloqueios de cargas continuam em MT

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O líder do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG), Gilson Baitaca, que também participou, ontem, da reunião com lideranças dos caminhoneiros e ministros, afirmou há pouco, ao Só Notícias, que houve avanço histórico para o setor com as medidas anunciadas e publicadas, esta manhã, no Diário Oficial da União. Porém, Baitaca negou ter autonomia em determinar aos caminhoneiros para liberarem o transporte de cargas em rodovias no Mato Grosso. “Represento a categoria dos transportadores de grãos. As reinvindicações da categoria foram atendidas e até houve avanços que não esperava que ocorresse neste momento. Tudo ocorreu graças as paralisações. Os acordos foram feitos todos com o aval do movimento próprio. Agora, não temos autonomia sobre outros movimentos. As exigências feitas pelos transportadores de grãos foram atendidas. Outros pleitos estão fora do que defendemos e cobramos. Podemos afirmar que foi uma conquista histórica. Dará garantias e segurança no preço do combustível. Nunca se conseguiu avançar tanto com reinvindicações”, afirmou Baitaca (foto – centro).

São diversas entidades e associações que representam caminhoneiros e também os autônomos. Não houve um posicionamento, hoje, da maioria deles se o bloqueio de cargas acabará após as medidas anunciadas serem publicadas.

Uma das exigências dos representantes que neste domingo negociaram com o governo para liberar as rodovias era que o governo publicasse em edição extra do diário oficial, três medidas provisórias (MPs 831, 832 e 833) com redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro, congelando o preço por 60 dias. Isso equivale, segundo o presidente Michel Temer, a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins. O governo federal concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário.

Mesmo com as publicações, em Mato Grosso, nesta segunda-feira, manifestantes ainda estão bloqueando passagem da maioria das cargas em cerca de 30 trechos – Rondonópolis (km 119) e Jaciara (km 269 da BR-364). Em Cuiabá, são mantidos os dois pontos com interdições. No Distrito Industrial (km 398 na BR-364) e no km 504 da BR-070 (rodovia dos Imigrantes). As mobilizações são registradas na BR-163 em Nova Mutum (km 593 e km 601), Lucas do Rio Verde (km 686 e km 691), Sorriso (km 746 e km 750) e Sinop (km 821). Em algumas rodovias estaduais, como na região de Tangará da Serra, também há bloqueios. Cargas vivas e produtos hospitalares/medicamentos estão passando também em Mato Grosso.

Dezenas de municípios mato-grossenses estão em combustíveis nos postos e também falta gás de cozinha.  A Polícia Rodoviária Federal escoltou, neste final de semana, 94 mil litros de combustível até Sorriso. Em Sinop, dos 30 postos cerca de 5 ainda teriam pequena quantidade de óleo diesel. Outro carregamento foi encaminhado para Rondonópolis e um, no sábado, para o aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.

Por conta do desabastecimento, o governo de Mato Grosso suspendeu expediente em diversas secretarias e nas escolas estaduais não tem aulas. No Tribunal de Justiça o expediente também foi suspenso, assim como no Ministério Público.

Hoje, a UFMT suspendeu aulas para acadêmicos. Em Sinop, a Unemat e Fasipe também suspenderam atividades.  A maioria dos donos de vans em Sinop que levam alunos às escolas e universidades também suspenderam o transporte por falta de combustível.

O setor de transporte aéreo também foi parcialmente afetado. Em Sinop, neste domingo, dois voos foram cancelados. Nesta segunda-feira, a empresa informou que não houve suspensão de voos em Sinop, onde há maior número de passageiros no Nortão. A nível nacional, 8 aeroportos estão sem combustível hoje – a maioria no Nordeste.

Em Cuiabá, hoje, 50% dos ônibus não circularam. Em Sinop, ontem, houve redução de linhas.

Diante do risco de animais morrerem em fazendas por falta de ração, é esperada liberação de algumas cargas que estão paradas em Mato Grosso. O INDEA está monitorando se os manifestantes vão liberar o transporte.

(Atualizada às 11:16h)

 

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