A partir de agosto, as cerca de 11 milhões de famílias atendidas pelo programa Bolsa Família terão seus benefícios reajustados em 18,25%. Esta é a primeira vez, desde que o programa foi criado em 2003, que há uma recomposição nos valores recebidos pelos beneficiários. Com a correção, o valor mínimo da bolsa passará de R$ 15 para R$ 18 e o máximo de R$ 95 para R$ 112. Já o valor médio nacional passa de R$ 62 para R$ 72.
A intenção do governo é garantir o poder de compra dos beneficiários e manter a função do programa de combater a pobreza no país. Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que as famílias atendidas pelo Bolsa Família estão gastando mais com alimentação, educação e vestuário infantil.
No caso daquelas em situação de extrema pobreza (com renda per capita de até R$ 60), por exemplo, as despesas com alimentação são 35% superiores as de famílias pobres, mas que não atendidas pelo programa. Além disso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD/IBGE), realizada em 2004 e 2005, revelou que o índice de extrema pobreza nos anos de 1992 a 2005 caiu 54,6%.
Com o reajuste, o investimento do programa terá um incremento de R$ 400 milhões este ano, chegando a R$ 9 bilhões. A base para o aumento da bolsa foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outubro de 2003 e maio de 2007.
A prioridade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) é o atendimento às famílias extremamente pobres. Esse grupo recebe o benefício básico que será de R$ 58, mais o variável por filho de até 15 anos, limitado a três por família. Já as famílias pobres (com renda per capita de R$ 60,01 a R$ 120) recebem a bolsa variável (R$ 18,00 a partir de agosto) também por filho com mesmo limite de três integrantes.
No primeiro ano de vigência do Bolsa Família, 6,5 milhões famílias eram beneficiadas com investimentos de R$ 5,7 bilhões. Em 2007, a bolsa chega a 11 milhões, 68,1% a mais que há três anos.