
“É uma região que existe um enfraquecimento na crosta terrestre e, por isso, os terremotos acontecem. A grande dificuldade de caracterizar esse dano é a falta de monitoramento ao longo dos anos. Há 5 anos, conseguimos uma rede para registrar terremotos em todo o país. Na região de Porto dos Gaúchos, nós temos uma estação que tem facilitado”, explicou.
Ainda segundo Rocha, não há diferença entre tremor de terra, abalo sísmico e terremoto. “É muito relativo um evento desse porte ser percebido ou não pelas pessoas. Pode ocorrer um terremoto de movimentação mais fraca que até poderá ser sentido se a pessoa estiver sobre ele, por exemplo. Já alguns microtremores não são sentidos e só podem ser registrados por equipamentos muito sensíveis. Esse tipo de tremor pode ocorrer antes de um abalo maior. No Brasil, não tem essas características de terremotos que são necessárias evacuações”.
Atualmente, o observatório possui estações efetivas de monitoramento em Colíder, Serra Nova Dourada, Araguaiana, Santo Antônio do Leverger, Pontes e Lacerda e na barragem da Usina Hidrelétrica de Manso, localizada no município de Chapada dos Guimarães.
Conforme Só Notícias informou em primeira mão, os dois últimos tremores de terra em Porto dos Gaúchos com 2,3 e 2,6 graus na escala Richter ocorreram na última terça-feira (13) e quinta-feira (15). A região é nacionalmente conhecida pelos pesquisadores por ter registrado o maior tremor do Brasil, em 1950, quando um abalo de magnitude de 6.9 graus ocorreu na Serra do Tombador, a cerca de 100 quilômetros da cidade. Apesar de ter sido considerado de forte impacto, o tremor não trouxe danos à população.



