A Justiça Federal de Sinop deve receber em 15 dias o parecer do Ministério Público Federal de Mato Grosso sobre o inquérito do acidente envolvendo o jato Legacy e o boeing da Gol, no Nortão, em setembro passado, deixando 154 mortos. Caso o MP ofereça denúncia contra os indiciados, o juiz federal Murilo Mendes dará início às audiências e análise de provas.
Os americanos Joe Lepore e Jan Paladino, que pilotavam o jato Legacy, foram apontados como culpados pelo delegado Renato Sayão. Ele identificou algumas falhas cometidas pelos dois que teriam contribuído para o acidente, o maior da história da aviação brasileira. Além de trafegar na mesma altitude do avião da Gol, em desrespeito ao plano de vôo que havia sido traçado para o Legacy, só minutos depois do choque Lepore e Paladino teriam ligado o transponder (equipamento anti-colisão). Perícias técnicas atestaram que o equipamento encontrava-se em perfeitas condições de uso.
Sayão também sugeriu que as instâncias competentes investiguem e punam os controladores de vôo, que também podem ter contribuído para a queda. Ele apontou algumas falhas cometidas. Uma delas é que nenhuma providência foi tomada ao perderam o sinal do transponder do Legacy, além de não verificar que o jato voava em altitude errada.
Após a colisão, o Legacy conseguiu pousar na base da Serra do Cachimbo. O boeing tinha decolado em Manaus (AM) e seguia para Brasília. Os destroços foram encontrados entre as aldeias indígenas Kapoto e Metrutkire, a cerca de 200 km de Peixoto de Azevedo (200 km de Sinop). Nenhum tripulante sobreviveu. O resgate de todos os corpos só encerrou um mês depois da queda.