O Ministério Público Federal (MPF) de Pernambuco denunciou, à Justiça Federal, 13 integrantes de organização criminosa por tráfico internacional de cocaína e lavagem de dinheiro, crimes praticados desde 2008, com ramificações em vários estados brasileiros, entre eles Mato Grosso. Cinco apreensões realizadas pela Polícia Federal, no âmbito de inquéritos instaurados na Operação Orador, deflagrada em maio deste ano, totalizaram aproximadamente 290 quilos do entorpecente. O responsável pelo caso é o procurador da República Leandro Bastos Nunes.
A cocaína era recebida da Bolívia por um dos líderes da organização criminosa, em Mato Grosso, sendo posteriormente encaminhada aos representantes do grupo em Pernambuco e em outros estados (Alagoas, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Maranhão). A maior parte da droga era transportada, entre os estados, em caminhões frigoríficos de marcas renomadas, o que dificultava a identificação pelas barreiras policiais.
O grupo utilizava contas bancárias em nome de diversas pessoas físicas e jurídicas, com a finalidade de dificultar o rastreamento do dinheiro oriundo da prática criminosa. A lavagem do dinheiro ocorria ainda com a aquisição de veículos (também usados como pagamento pela droga), além da compra e aluguel de imóveis, com o auxílio de um corretor.
O principal comprador da cocaína comandava a empreitada a partir da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá (PE), onde cumpre pena por outros crimes, sendo responsável pelo abastecimento de vários pontos de venda de drogas no Recife.
De acordo com o MPF-PE, os integrantes do grupo praticaram os crimes de tráfico internacional de drogas, associação criminosa para o tráfico e financiamento da prática do crime de tráfico internacional de droga, além da ocultação de bens provenientes do tráfico de entorpecentes. Se condenados, a pena pode variar de três a 15 anos de reclusão, podendo ser aumentada de um sexto a dois terços.