“Queremos que o Governo Federal dê o devido valor ao nosso produto e amparo nesse momento difícil do agronegócio, como foi feito nos Estados do Sul do país”. A afirmação é do produtor Valdemar Frigeri, um dos coordenadores do movimento de protesto que será realizado amanhã, no Norte de Mato Grosso.
Os produtores prometem jogar arroz na pista da BR-163, na divisa entre os municípios de Peixoto de Azevedo e Matupá, bloqueando a rodovia e impedindo o tráfego para chamar a atenção do Governo. Só Notícias apurou que o protesto será por tempo indeterminado e deverá mobilizar produtores, sindicatos rurais e lideranças políticas de vários municípios do Nortão.
Além de derramar arroz em casca na pista, os arrozeiros vão distribuir o produto para a população, para mostrar que pelo preço ofertado pela Conab, não vale a pena vender. “Além dessa desvalorização, o governo ainda compra arroz da Argentina e do Uruguai, isso vai inviabilizar os produtores brasileiros”, disse Frigeri.
Segundo ele, as perdas nesta safra, devido ao excesso de chuvas que fez inclusive com que o Rio Peixoto transbordasse, deixando muitas propriedades isoladas por cerca de 22 dias, chegam a 35% na região de Matupá e Peixoto de Azevedo. Segundo ele, os municípios de Matupá e Novo Mundo já decretaram situação de emergência devido as perdas na safra. Sinop, Vera e Cláudia já assinaram decreto semelhante.
“Nosso objetivo é a renegociação das dívidas de custeio e maquinário, que os produtores não tem condições de pagar e que seja revista a classificação do Cirad 141, que é a principal variedade plantada na região”, destacou ele. Já confirmaram praticipação no manifesto, produtores de Matupá, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte, Terra Nova, Novo Mundo e Nova Guarita.