A procuradora da República Marcia Brandão Zollinger, que atua no processo da terra indígena Marãiwatsédé, esclareceu que, mesmo diante de um possível derramamento de sangue, a desocupação da Gleba Suiá Missú deve ser cumprida já que não houve decisão judicial que suspenda a retirada das famílias. Marcia também disse que a resistência dos moradores pode configurar crime de desobediência. Hoje, durante o cumprimento da primeira ordem de despejo em uma fazenda da região, moradores e policiais entraram em confronto, quando ocupantes tentaram obstruir a retirada da primeira família que estava em uma parte da terra indígena.
Há informações que onze pessoas ficaram feridas, mas conforme a procuradora, os policiais que estão no local não usam armas letais. Ainda segundo ela, o plano de desocupação da área foi elaborado para ser executado da forma menos conflituosa para índios e não-índios.
A procuradora ressaltou que foi confirmado nos autos da ação que determinou a saída das famílias, a má-fé dos posseiros que ocuparam a área mesmo sabendo que se tratava de território indígena.
Sobre a possibilidade de um enfrentamento ainda mais intenso entre posseiros e forças policiais, o procurador substituto Rodrigo Timóteo disse que, se houverem abusos por parte dos servidores públicos, eles serão investigados.