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Primeiro bispo de Sinop é transladado e sepultado na cripta na Catedral

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Só Notícias/Luan Cordeiro (fotos: Só Notícias/Guilherme Araújo/Ana Dhein e arquivo)

Sinop teve, neste domingo de manhã, um momento histórico com o traslado do corpo do primeiro bispo de Sinop, do cemitério até a cripta dos bispos na Catedral Sagrado Coração de Jesus.

Sobrinhos, primos e demais familiares de Dom Henrique acompanham a carreata, tendo caminhão do Corpo de Bombeiros à frente, que passou por avenidas e com uma parada em frente a matriz Santo Antônio que, no início da criação da diocese, foi sede da Mitra Diocesana.

Em seguida, a procissão seguiu até a Catedral onde foi celebrada missa de Ação de Graças pela vida de Dom Henrique, presidida pelo bispo diocesano Dom Canísio Klaus, que enalteceu a grande liderança religiosa exercida por Dom Henrique ao criar a Mitra Diocesana de Sinop, novas paróquias e sua grande importância pela expansão da Igreja Católica em dezenas de cidades da região Norte. A catedral estava lotada e diversas lideranças, como o prefeito Roberto Dorner, participaram.

Os procedimentos de traslado do corpo do bispo foram feitos pela Funerária Luz e Vida. Dom Henrique é o primeiro bispo a ser sepultado na cripta da catedral. O padre jesuíta João Salarini, que foi um dos idealizadores e estava na linha de frente na construção da Catedral e faleceu na véspera da inauguração, está sepultado na parte externa.

Dom Henrique nasceu em Santa Cruz do Sul (RS) em 22 de novembro de 1919 e faleceu em 28 de dezembro de 2003, aos 84 anos, em Sinop. Uma das vontades manifestadas era ser sepultado em meio ao povo. À época, o desejo foi atendido e feito acordo com os familiares, que futuramente seria realizado o translado para um lugar definitivo junto a igreja. 

Ano passado, a diocese, por decisão de Dom Canísio Klaus e execução da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, foi construída a cripta dos bispos na catedral, com quatro sepulturas. A obra foi realizada com a doação total de benfeitores, concluída e abençoada em 9 de setembro. Em seguida, começaram as tratativas para exumação e translado. 

Em janeiro deste ano, aconteceu reunião entre Dom Canísio e o padre Beto (pároco da Catedral), com os familiares de Dom Henrique, em sua cidade natal. Houve o consentimento para o translado e ficou definida a data. Desde então, está sendo organizada comitiva dos familiares para acompanharem a solenidade. 

Jesuíta, Dom Henrique faleceu em 2003 e sepultado em Sinop. Ele ingressou no seminário aos 13 anos e foi ordenado sacerdote em dezembro de 1952. Em seguida, foi enviado para Mato Grosso, onde teve os primeiros contatos com os índios e desenvolveu trabalho missionário. Neste período, ficou conhecido por intermediar conflitos entre indígenas e posseiros. 

Já em 1961, foi enviado para a missão jesuítica de Diamantino e em 1971 designado pelo papa Paulo VI para substituir Dom Alonso Silveira de Melo à frente da Prelazia do município. Como bispo na cidade e posteriormente em Sinop, criou mais de 30 paróquias nas regiões Norte e Médio Norte do estado. 

Em outubro de 1979, o papa João Paulo II elevou a Prelazia de Diamantino à condição de diocese. Pouco depois, em fevereiro de 1982, foi criada a diocese de Sinop, desmembrada de Diamantino, e Dom Henrique foi transferido como primeiro bispo em março daquele ano. 

Renunciou ao episcopado em março de 1995 ao atingir a idade canônica de 75 anos, e permaneceu em Sinop, como bispo emérito, junto com Dom Gentil Delazari. Em 2003, faleceu com renal aguda e dengue, no Hospital Santo Antônio de Sinop, fundado sob sua iniciativa e do falecido padre Karl Thaler.

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