O bloqueio na BR-163 em Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde, para caminhões carregados com grãos e insumos agrícolas, vai continuar. A decisão foi tomada hoje à tarde, durante uma reunião entre agricultores, prefeitos e a Polícia Federal, em Lucas do Rio Verde, que terminou agora há pouco.
Depois de horas de negociações, diálogos ríspidos, agricultores revoltados e policias nversosos, o delegado federal Dennis Cali, decidiu aguardar até terça-feira, o cumprimento da liminar que obriga a retirada das máquinas dos produtores da rodovia e o término do bloqueio de caminhões e carretas carregados com grãos e insumos. A solicitação foi feita pelos prefeitos de Sinop, Nilson Leitão, de Sorriso,Dilceu Rossato, de Lucas do Rio Verde, Marino Franz e de Nova Mutum, Adriano Pivetta, que se reunirão na terça-feira com o juiz federal Julier Sebastião, que expediu a liminar acatando pedido do Governo Federal, para apresentar o real objetivo do manifesto que é evitar a falência geral dos produtores.
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Hoje, para piorar ainda mais a situação da classe, o dólar comercial fechou a R$ 2,08 – menor cotação dos últimos 5 anos. Quanto mais o dólar cai, mais baixa o valor da soja, arroz e milho. Para cobrir os custos de produção, os produtores teriam que vender a soja baseada em dólar a aproximadamente R$ 2,70.
Em Nova Mutum, os produtores liberaram na quarta-feira à noite, a rodovia, e colocaram os maquinários nas entradas e acessos a armazéns de grãos, após a atuação de policiais rodoviários e militares no local. Hoje à tarde, muitos agricultores se reuniram em Lucas do Rio Verde. A situação ficou tensa e a preocupação era em evitar maiores conflitos entre a polícia e os agricultores.
O clima também ficou tenso durante a chegada do assessor do Ministério da Agricultura, Silvio Farnese, que esteve reunido com as autoridades e um comissão do movimento, que começou na segunda-feira na região, e hoje já está sendo iniciado em outras regiões do país. Os produtores entregaram uma pauta de reivindicações para ser encaminhado ao ministro e ao Governo Federal.
Na carta eles colocam a verdadeira história do “Grito do Ipiranga” revelando que, na verdade, já estão mobilizados há 90 dias quando estiveram em Brasília para tentar negociar. Sem respostas do Governo Federal e certos de que a Medida Provisória (MP) 3364 não soluciona todos os problemas da classe, os agricultores resolveram se manifestar e dar início ao “Grito do Ipiranga” que já entra em seu quinto dia.
Na carta, também constam renegociação imediata dos investimentos e custeio da produção, redução do preço dos combustíveis (óleo diesel), conclusão da BR 163, redução das taxas de juros, desoneração dos insumos agrícolas, garantia do preço mínimo aos produtores agrícolas, criar um dólar de exportação (assim como existe o dólar turismo), tratar a ferrugem asiática como epidemia, liberação do genérico, liberação dos transgênicos (algodão e milho) e AGF dos produtores por CPF.
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