Aproximadamente 200 moradores de Lucas do Rio Verde participaram na sexta-feira do 1º Simpósio Municipal sobre Violência Sexual Infanto-juvenil, no município. A promotora de Justiça Taiana Castrillon Dionello abordou o tema com enfoque no papel do educador para identificar e denunciar o crime na região. De acordo com ela, assim como em outras cidades, a maioria dos casos registrados tratam da violência sexual na família. ‘Normalmente a violência é cometida pelos parentes da vítima. Mas os casos que viram processos são poucos em relação ao que ocorre no cotidiano’, comenta.
A necessidade de combater o problema motivou a implantação do Centro de Referência Especial de Assistência Social (Creas) no município. O Creas integra programa federal de combate à violência sexual infanto-juvenil e o objetivo é a prestação de serviço às vítimas e famílias. Com o evento, a população pôde aprender um pouco sobre as atribuições do Creas, do Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente e do Conselho Tutelar. Segundo a promotora, o Creas já está funcionando em Lucas do Rio Verde e conta com psicólogo, assistente social e educador social.
Durante a palestra, Taiana Dionello enfatizou maneiras de identificar possíveis casos de abuso sexual na família. Direcionou a abordagem principalmente ao professor, pois é ele quem tem contato diário com as crianças e adolescentes. ‘O aluno muda o comportamento, tende a se isolar e repelir contato físico. Em geral é assíduo e quer ficar o máximo tempo na escola’, explica. Acrescenta que normalmente o agressor é zeloso, mas evita que a vítima tenha contato social, pois a tem como propriedade.
A promotora de Justiça também explicou como deve ser a abordagem do professor perante a criança vítima de abuso. Além disso, ressaltou a obrigatoriedade de comunicar o Conselho Tutelar, conforme prevê o artigo 245 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para que sejam tomadas as medidas protetivas necessárias.