A Polícia Judiciária Civil começou, ontem, ouvir testemunhas do naufrágio da chalana Semi Tôa Tôa, na região de Porto Cercado, em Poconé. Cinco testemunhas do acidente já prestaram declarações ao delegado Valter Cardoso Ribeiro Moura, que preside o inquérito civil, que apura as causas do acidente. Além da Polícia Civil, a Marinha do Brasil e o Ministério Público Estadual também vão abrir inquéritos.
O diretor geral da Polícia Civil, José Lindomar Costa, disse que o inquérito investigará eventuais responsabilidades do acidente e se houve violação das normas e regulamentos da navegação.
De acordo com o delegado Valter Cardoso, as testemunhas relataram que ouviram gritos de socorros das vítimas e que a embarcação afundou muito rápido. Alguns, segundo ele, ajudaram no resgate das vítimas. O piloto da embarcação, um dos sobreviventes, e o dono da embarcação também prestaram depoimento.
O inquérito apura se houve negligência, imprudência e imperícia. A responsabilidade de cada envolvido no acidente em razão de uma suposta falta de cuidado será observada na apuração desses três quesitos. Um dos pontos importantes a ser investigado é a questão da amarração da carga que influencia no peso e estabilidade da embarcação. Também será averiguado se o barco dispunha de requisitos de segurança.
As investigações vão levantar a documentação da embarcação, do proprietário e do piloto da chalana, com a finalidade de verificar se estavam aptos para conduzir embarcações do porte da chalana que naufragou. Os principais requisitos exigidos pela Marinha do Brasil são: documento de inscrição da embarcação, seguro obrigatório, termo de responsabilidade e carteira de habilitação (Arrais). Deverá ser observado ainda a categoria da habilitação do comandante da embarcação, que neste caso deve ser a carteira profissional de navegação.
O diretor metropolitano da Polícia Civil, Jales Batista Silva, está a caminho do local, onde aconteceu o acidente para acompanhar as investigações.