Rachado em torno da tese da candidatura própria, o PMDB voltou a rachar em torno das candidaturas dos presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e entraram em uma guerra de números nesta semana. Enquanto os “governistas” falam pelo menos 13 Estados apóiam Lula, o presidente nacional do partido, Michel Temer, limitou o alcance a “8 ou 9” diretórios.
“Para mim, ficou claro que boa parcela do PMDB vai apoiar a candidatura do Geraldo Alckmin”, disse Temer, que se encontrou no final desse tarde com o candidato tucano para oficializar seu apoio.
Pelas estimativas de Temer, pelo menos 11 diretórios do PMDB devem apoiar a candidatura de Alckmin, entre eles os Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. No Rio Grande do Sul, no entanto, o governador Germano Rigotto, candidato à reeleição, já declarou que vai ficar neutro entre os dois presidenciáveis, a mesma posição do presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, no maior colégio eleitoral do país.
Temer disse que entre há outros 8 ou 9 diretórios que deixaram seu apoio “em aberto a um dos dois candidatos.
O presidente do PMDB foi voz derrotada na disputa interna do partido pela candidatura própria. Apesar do apoio explícito de Temer, o partido terminou sem lançar um nome para as eleições de outubro e liberou a “base” para fazer coligações e alianças livremente nos Estados.
Pelo acordo acertado entre Alckmin e Temer, o apoio será somente em nível nacional. Oficialmente, Temer vai apoiar a candidatura de Quércia em São Paulo, enquanto Alckmin deve subir somente no palanque do candidato tucano ao governo paulista, o ex-prefeito José Serra.
O PMDB “alckmista” deve trazer como contribuição para a candidatura tucano não somente mais um palanque para o ex-governador em alguns Estados, mas também pode se refletir no programa de governo. O ex-ministro dos Transportes, o deputado federal Eliseu Padilha (RS), pode contribuir com o programa de Alckmin em seu setor.
O candidato tucano evitou responder se, caso fosse eleito, retiraria os cargos nos Correios que o PMDB “governista” conseguiu após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele se limitou a criticar o governo federal pelo “loteamento de cargos”. “Parece que o governo Lula não aprendeu nada com a crise política”, disse ele. Segundo Alckmin, em um eventual governo tucano, as indicações seriam técnicas. Ele negou que, quando governador, tenha aceitado indicações políticas para cargos em estatais.