A Polícia Federal não deverá concluir esta semana o inquérito que investiga as causas do acidente do avião da Gol, que caiu no Norte de Mato Grosso e matou 154 pessoas. O acidente foi em setembro. O delegado Renato Sayão informou que vai pedir a prorrogação porque está esperando a conclusão das perícias da caixa-preta do avião Legacy, que se chocou no ar com o Boeing da Gol. Esta será a segunda vez que a conclusão do inquérito será adiada.
Segundo a Polícia Federal, o delegado responsável pelas investigações aguarda também a perícia das imagens dos radares e dos documentos apresentados pela Força Aérea Brasileira (FAB). Além disso, Sayão começou a ouvir nesta terça-feira os controladores de vôo e dos supervisores que trabalhavam no Centro de Controle Aéreo do Amazonas, o Cindacta-4, no dia do acidente com o Boeing da Gol. Já foram ouvidos os controladores de São José dos Campos, de onde saiu o Legacy, e os controladores do Cindacta-1, em Brasília.
Na semana passada, a comissão que investiga o acidente se reuniu com familiares das vítimas. Os investigadores militares confirmaram, entre outras coisas, que o diálogo mantido entre os pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paul Paladino – de que só perceberam o desligamento do transponder após o choque – é real. Também disseram que a análise do gravador de voz do Legacy mostra que os pilotos estavam na cabine no momento do acidente.
O Legacy e o Boeing da Gol se chocaram em 29 de setembro do ano passado. Logo depois, o avião da companhia aérea brasileira caiu em uma região de mata fechada de Mato Grosso e as 154 pessoas que estavam a bordo morreram. O jato pousou em uma base aérea do Pará e os ocupantes não sofreram ferimentos.