O desembargador Paulo Inácio Dias Lessa, atual secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, divulgou nota, esta tarde, classificando de "declaração inverídica o depoimento da (ex-escrivã) Beatriz Árias, em processo que tramita junto à Justiça Federal", sobre a morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, em 1999. Paulo Lessa diz que "desconhece a existência de audiência realizada de madrugada nas dependências da Associação Matogrossense de Magistrados (AMAM), conforme mencionado pela referida pessoa". O desembargador ressalta que a declaração lhe "causa estranheza, principalmente por não haver nenhum tipo de intimidade ou proximidade" entre ambos, que pudesse levá-lo a exercer alguma forma de influência sobre essa senhora, com a finalidade de induzi-la a assinar documento de qualquer natureza. Ainda na nota, Lessa expõe: "vale destacar que a senhora Beatriz Árias foi demitida a bem do serviço público do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, depois de responder a um processo administrativo disciplinar, que foi aberto após investigações conduzidas pelo então corregedor-geral de Justiça, desembargador Paulo Lessa, entre os anos de 1999 e 2001".
Beatriz Árias foi uma das primeiras condenadas e, em despacho da justiça federal sobre as prisões do delegado da Polícia Civil, Marcio Pieroni e do empresário Josino Guimarães (acusado de ser o mandante do crime), o nome do desembargador foi citado como, supostamente, ter ouvido depoimento de Beatriz Árias. Na denúncia feita pelo Ministério Público Federal consta que "Beatriz Árias só consentiu com a farsa, graças à intervenção do então Desembargador Paulo Lessa, que pediu a ela para que assinasse o termo de depoimento sem preocupações", acusa o MPF. Pieroni e Josino foram presos acusados de fraudes no processo sobre o assassinato do juiz.