A saúde do papa João Paulo II é grave, mas estável, disseram na madrugada desde sábado (hora local) os médicos que estão com o pontífice em seu quarto, no Palácio Apostólico do Vaticano. A informação foi divulgada pela mídia italiana, citando o secretário particular do monsenhor Camillo Ruini, don Nicola. Fontes eclesiáticas polonesas revelaram que a longa agonia do Papa pode durar mais do que o previsto, informou o site do jornal La Repubblica citando. Milhares de fiéis permanecem até o meio da madrugada em vigília na Praça São Pedro atentos às janelas dos aposentos do pontífice, que seguem com as luzes acesas.
O mais recente boletim da Santa Sé informou que a saúde do papa João Paulo II, 84 anos, se deteriorou e o Vaticano chegou a divulgar que não tinha mais esperanças. Segundo o porta-voz Joaquin Navarro Valls, “as condições gerais e cardiorrespiratórias do Santo Padre se agravaram ainda mais”, disse. “Os parâmetros biológicos estão visivelmente comprometidos.”
Ontem, João Paulo II recebeu a unção dos enfermos, antes chamada de extrema-unção. Durante a madrugada de sexta-feira, a saúde do Papa de deteriorou profundamente, enfrentando uma insuficiência renal e cardiorrespiratória devido à parada sofrida nas primeiras horas do dia. Durante a tarde, a Santa Sé negou relatos da imprensa exterior de que ele havia morrido e estaria inconsciente. Entretanto, no final do dia, junto com as informações de que o pontífice já estaria “vendo e tocando o Senhor” e de que “esta noite Deus abrirá a porta ao Papa”, a hierarquia da Igreja começou a preparar nesta sexta-feira os fiéis para o anúncio da morte do Papa, que parece viver seus últimos instantes.
As autoridades eclesiais já preparam o mundo e seus 1,1 bilhão de católicos apostólicos romanos para o fim do terceiro pontificado mais longo da história, mais de 26 anos.