Na última terça-feira, foi realizada uma palestra para classe produtora de Sinop e região. Pela T.N.C. (The Nature Conservancy), uma ONG americana, com vasta experiência em projetos ambientais. O evento contou com a presença do prefeito Aparecido Granja, do secretário de Agricultura, Alexandre Picin e diversos agricultores e autoridades.
A TNC acredita que o desenvolvimento econômico e a proteção da biodiversidade podem coexistir, sendo, muitas vezes, interdependentes. Os desafios de conservação são enfrentados com a formação de alianças, trabalhando sempre em conjunto com comunidades locais, governos, empresas e outras Ongs.
A TNC busca primeiramente a conciliação entre as partes envolvidas nas questões ambientais. O consenso entre os diversos setores tem contribuído para resultados mais duradouros de conservação.
David Cleary, diretor de programas da Amazônia, na unidade sediada em Belém, apresentou um projeto que está sendo desenvolvido em Santarém, em parceria com a empresa Cargill, apontada como co-responsável pelo desmatamento na região.
O projeto visa atender aqueles produtores que desmataram além dos 20% permitidos pela lei ambiental. Em Santarém, o projeto já funciona da seguinte forma: os produtores adquirem outra área (nativa ou onde seriam feitos projetos de recuperação) correspondente ao total que foi desmatado e ficam quites com a legislação ambiental.
“Buscamos conciliar o desenvolvimento social e econômico com a conservação dos recursos naturais, integrando as áreas protegidas e as porções produtivas numa escala regional. Nossos projetos visam ampliar e tornar mais evidentes os serviços ambientais, ou seja os benefícios que os ecossistemas naturais trazem à sociedade, como a proteção dos mananciais, a conservação do solo.Nas áreas já degradadas, a TNC também promove a recuperação das florestas e demais ecossistemas naturais. Os resultados podem ser sentidos de muitas formas, da criação de alternativas econômicas ao combate às mudanças climáticas globais”, explica um representante da ONG.
O secretário de Agricultura de Sinop, Alexandre Picin, considerou o projeto bastante interessante, mas que “precisa ser revisto em alguns pontos. Nossa realidade é diferente de Santarém. Um ponto que eu discordo é que o ônus da recuperação do meio ambiente fique sempre para o produtor. Se o meio ambiente é de todos, deveria haber maior participação na recuperação ambiental e não o produtor arcar sozinho com esses custos”, disse ele.
A ONG deve retornar a Sinop no final de outubro para uma nova reunião com os produtores interessados. O encontro foi promovido em Sinop e Lucas do Rio Verde, pela empresa Fiagril.