O coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Colíder, Megaron Txucarramãe, afirmou, ao Só Notícias, que é aguardado para, hoje, a resposta dos índios Kayabi, sobre comunicado encaminhado para liberação de sete reféns, na divisa de Mato Grosso com o Pará. Cinco são técnicos da fundação e dois, funcionários da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que foram a aldeia para uma reunião, na segunda-feira (17), sobre a construção da usina hidrelétrica de São Manuel, que os indígenas são contra.
Segundo Megaron, os índios que querem a demarcação de terras debatem o comunicado (cujo conteúdo não foi informado) que foi encaminhado, ontem, pela Funai de Brasília, após conhecimento do caso. O empreendimento será construído entre Paranaíta (370 km de Sinop) e Jacareacanga (PA), com capacidade instalada de 700 MW, no rio Teles Pires. O barramento formará um reservatório com área total de 63,96 quilômetros quadrados, segundo a EPE.
Em agosto, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou aceite dos estudos de impacto da hidrelétrica, analisados pelo órgão em processo independente. No entanto, em julho, a EPE e o Ministério de Minas e Energia (MME) apresentaram uma complementação ao Estudo de Consultoria Independente (ECI), pedida pela Funai.
No início deste ano a fundação emitiu parecer questionando a avaliação dos impactos da usina São Manoel e da Foz do Apiacás (projeto previsto ao lado), sobre os impactos nas comunidades indígenas, Kayabi e Munduruku no ECI de agosto de 2010. Ambas devem ficar na divisa das terras destas duas etnias, atingindo também os Munduruku e Apiaká.
Conforme Só Notícias informou, segundo a EPE, o projeto deverá integrar o Leilão de Energia A-5 / 2011, previsto para dezembro, com o objetivo de contratar energia para o mercado das distribuidoras em 2016. A energia gerada será suficiente para atender população de aproximadamente 2,5 milhões de pessoas.
Atualizada às 11h41