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Nortão: bloqueio na BR-163 será de 48hs diretas para pressionar o governo a baixar o diesel

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O bloqueio na principal rodovia federal que liga o Nortão a Cuiabá entra, nesta sexta-feira, no terceiro dia e os organizadores estão prevendo 48h ininterruptas impedindo passagem de carretas e caminhões que levam grãos, combustível, gás, alimentos não perecíveis, materiais para construção, roupas, móveis dentre muitos outros produtos, protestando contra o aumento que deixou preço do óleo diesel ainda mais caro. Cargas vivas, alimentos, verduras e demais produtos perecíveis continuarão passando. A coordenação do manifesto decidiu manter a estratégia de não barrar a passagem de carros e ônibus, que continuam trafegando normalmente. Só Notícias confirmou, na manhã desta sexta-feira, que os manifestantes já iniciaram o bloqueio em Lucas do Rio Verde (onde o manifesto iniciou), Sorriso, Nova Mutum, Sinop. A rodovia estadual em Tangará da Serra também está fechada e a BR-070 em Cuiabá e Várzea Grande, também.

"Vão ser 48 horas sem liberar a rodovia para mostrar mais força no nosso manifesto (ontem e quarta havia intervalo no almoço e à noite era liberado a pista). Queremos parar logística para portos (com isso vai reduzir o volume de soja e demais produtos para exportação). Não queremos prejudicar produtores que estão colhendo neste momento e caminhões que vão colher soja, que têm nota de produtor rural, vão passar para ir às fazendas", informou, há pouco, ao Só Notícias, o presidente Sindicato Caminhoneiros Autônomos de Sorriso e região, Wilson Rodrigues.

Ele acredita que, com 48 horas diretas de paralisação, o volume de carretas e caminhões parados aumentará consideravelmente para o governo "sentir a força" do setor. Wilson calcula que, ontem apenas no período da tarde, 2.400 caminhões/carretas estavam nas filas em Mutum, Lucas, Sorriso e Sinop. "É muito pouca adesão. Esperamos fortalecer nosso movimento com período maior de bloqueio. Falta mais união da classe. Após dois dias vamos avaliar quanto tempo vamos liberar o tráfego de caminhões. O Brasil inteiro está pedindo socorro. Não suportamos mais o preço alto dos combustíveis. Empresas estão operando no vermelho, caminhoneiros estão praticamente sem margem de renda com o frete", declarou.

Os caminhoneiros e donos de empresas cobram do governo federal que o preço do óleo diesel seja reduzido. Com o último aumento, em Sorriso, o litro do óleo diesel foi para R$ 3,05 (preço médio apontado pela ANP), mas pode ser encontrado por até R$ 3,29 em alguns postos. Em Sinop, varia de R$ 2,98 até R$ 3,14 de um posto para outro. Em Lucas, é vendido até R$ 3,24 e, em Nova Mutum, chega até R$ 3,31.

Eles também cobram do governo estadual a desoneração do imposto de 17% para 12%. O secretário de Estado de Fazenda (Sefaz), Paulo Brustolin, afirmou hoje que não tem como reduzir imediatamente de 17% para 12% a alíquota de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços  (ICMS) incidente sobre o óleo diesel em Mato Grosso. Para isso, é necessário um estudo técnico de viabilidade e impacto econômico nas contas estaduais.

Donos de transportadoras devem ser recebidos, hoje, pelo governador Pedro Taques, para tratar do assunto.

O governo federal ainda não se manifestou sobre as reivindicações. No Senado, o senador mato-grossense José Medeiros registrou as dificuldades do setor e manifestou apoio.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) pediu que o bloqueio não interfira no escoamento da safra de soja que está sendo colhida no Estado e, pelo último levantamento, chegou a 25% da área total. "É preciso ter o mínimo de ordem, pois somos elos de uma mesma cadeia, que precisa ser sustentável. Precisamos que as propriedades sejam abastecidas com óleo diesel e ter garantido o transporte da soja para os armazéns", disse o presidente Ricardo Tomczyk. A Aprosoja reforça que, apesar de ser justo o direito de manifestação, é preciso que os transportadores entendam que Mato Grosso está no período de pico de safra e a radicalização neste momento pode atingir outros elos da cadeia. Isto pode fazer com que o movimento perca apoio.

(Atualizada às 9h47 em  20/02 – fotos:Só Notícias/Luiz Ornaghi e Rafael Sousa)

querem a desoneração do imposto de 17% para 12%


 

 

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