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Nortão: avião que caiu e pegou fogo estava sendo levado para ser vendido; piloto se recupera

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Só Notícias/Cleber Romero (fotos: reprodução)

O proprietário do avião agrícola Neiva EMB-201A, Nelcir Mauro Formehl, confirmou, ao Só Notícias, que a aeronave  estava sendo levada para ser avaliada em uma possível venda em Alta Floresta, mas acabou caindo e pegando fogo em uma floresta no distrito de União do Norte, em Peixoto de Azevedo (197 km de Sinop), no último sábado. Segundo consta no Registro Aeronáutico Brasileiro, a aeronave estava com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) cancelado. O procedimento não havia sido renovado desde setembro de 2010. “Esse avião foi comprado no ano passado e foi feita toda a revisão dele, mas não havíamos lançado ainda no sistema [da Anac]. Estava parado no Rio Grande do Sul, mas fizemos todas as revisões. Ele estava sendo levado para um possível comprador. Era um translado para venda”, explicou Nelcir Formehl.

Conforme Só Notícias já informou, Maicon Semencio Esteves, de 27 anos, que pilotava o avião foi encontrado ontem, no início da tarde, após ficar três dias e meio na floresta por bombeiros, policiais militares e diversos voluntários na mata a cerca de 2 quilômetros do local onde ocorreu a queda da aeronave. Estava deitado às margens de um rio (cerca de 1,5 km mata dentro), debilitado, com algumas queimaduras no braço e no rosto devido ao fogo que destruiu praticamente todo o avião.

Esta manhã, o clínico geral do Hospital Regional de Peixoto, José Agnaldo Paranhos Solto disse, em entrevista, ao Só Notícias, que Maicon não resistiria mais um dia na floresta. “Chegou muito debilitado e desidratado com múltiplas lesões nos membros superiores e no rosto causadas tanto pela explosão quanto do sol. Apresentava algumas lesões de necrose do tecido. Se ele tivesse sido encontrado hoje estaria morto. Provavelmente não aguentaria passar mais uma noite na mata. A função renal dele já estava bastante comprometida. Chegou com a creatinina elevada, sinal de desidratação e insuficiência renal. Se continuasse na mata, no máximo de 6 a 8 horas entraria em choque e seria muito difícil reverter a situação”, explicou o médico.

Ainda de acordo com a avaliação do médico, Maicon seguirá internado e não tem previsão de alta. “Iniciamos com antibióticos e reposição. Agora o paciente está consciente, conversando e bastante cooperativo. Já se alimentou tendo uma evolução positiva. Não teve nenhum fratura. O mais grave foram as queimaduras. Não será necessária transferência. Temos condições de mantê-lo por aqui, mas essa decisão também depende da família”, acrescentou.

A versão investigada é que Maicon decolou com o avião de Porto Nacional (TO) e seguiria até Alta Floresta. Ele faria duas paradas para abastecer em Confresa e, depois, seria em Matupá (próximo do local onde houve a queda). Após isso, seguiria a Alta Floresta, mas acabou caindo com a aeronave na região de Peixoto.

A causa do acidente ainda será investigada pelo Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa). Maicon também deve ser ouvido pela equipe para esclarecer a situação.


 

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