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Nortão: 10 presos por queimadas e punição não será pagar cestas básicas

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Um projeto piloto criado pelo Governo do Estado delibera ações para combater as queimadas em todo o Estado. Nos próximos dias 80 homens do Exército Brasileiro e mais 300 brigadistas cedidos pelo Governo Federal, via Instituto Brasileiro do meio Ambiente (Ibama), vão fortalecer o trabalho. O Ministério Público Estadual (MPE), que também está envolvido, já prendeu 10 pessoas após fiscalização. Elas são do município de Itaúba, Matupá, Cuiabá e Colíder. “O MPE será rigoroso nesses casos, nada de cestas básicas como pagamento”, revelou o procurador geral de justiça, Paulo Prado.

Os 300 brigadistas estarão atuando nos Parques Federais existentes em Mato Grosso, mas em caso de emergência atenderão em outras áreas. O trabalho é intermediado pela Casa Civil junto à Brigada do Exército. Entre os soldados, 25 índios da etnia Umutina reforçarão as ações nos 45 Parques Estaduais, três estão situados na Capital e os 42 estão espalhados em diferentes regiões de Mato Grosso. “O Estado sempre desenvolveu ações, mas eram isoladas e pontuais. Este ano elas estão acontecendo de maneira integrada porque os resultados são mais eficazes. Uma sala (Sala de Situação) foi criada para o projeto piloto afim de fiscalizar, monitorar e levantar informações. Os diagnósticos servirão de base para ações em todo o Estado”, pontuou Eumar Novacki, secretário-chefe da Casa Civil.

A Sala de Situação, localizada no Parque Massiro Okamura, não vai combater o incêndio mas sim deliberar ações no Estado. Diariamente o Estado recebe informações relativas aos focos de queimadas de todo o território mato-grossense, sobe orientações de técnicos da Sema, do MT Regional, da Polícia Militar, do Bombeiros, Seplan e Sedtur. Segundo o coronel Orestes Teodoro de Oliveira, secretário-chefe da Casa Militar, o governo do Estado já autorizou recursos para aquisição de equipamentos, que contribuirão no enfrentamento do combate às queimadas. Sendo, 150 abafadores, 50 bombas costais flexíveis com capacidade de 20 litros, dois veículos microônibus, máquinas fotográficas e outros.

Atualmente três carros pipas são usados no combate ao fogo nos parques estaduais de Cuiabá, o Zé Bolo Flô, Massairo Okamura e Mãe Bonifácia. Futuramente a idéia é ter pelo menos um carro pipa para cada parque estadual. Equipes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente também desempenham trabalho in loco, para orientar e capacitar pessoas nos municípios. Esta semana um grupo percorreu as cidades de Cáceres e Tangará da Serra. Na próxima segunda-feira vão para Nova Ubiratã e Sorriso. E no dia 26 de agosto em Diamantino. “Todas as ações não são suficientes 100%. A efetividade do trabalho depende do engajamento de todos, da sociedade em geral, não só do Governo do Estado”, frisou o coronel Orestes.

Em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ibama o governo do Estado também criou este ano a brigada indígena. Pioneira na região, o treinamento envolve conscientização ambiental, primeiros socorros, combate e prevenção a queimadas e treinamento de resgate. É desenvolvido na Aldeia Piaraçu, em São José do Xingu e a equipe já está atuando. Segundo João Rainho Júnior, coordenador de articulação operacional de campo, é preciso que todos sejam conscientes e façam sua parte. “É preciso fazer acero de cerca. Os proprietários rurais precisam estar atentos principalmente nesse período proibitivo (15 de julho a 15 de setembro) e assim disponibilizar funcionário para fazerem o combate no primeiro momento e ainda é necessário que façam o acero na beira da estrada. Isso está na Lei ambiental 9.605 de fevereiro de 1998. É só cumprir a Lei”, lembrou Rainho. Segudo ele as margens das rodovias também precisam ser cuidadas. “Nesta época do ano o período é crítico, muito seco, qualquer faísca vira incêndio. Borra de lona de freio incandescente, peça super aquecida de carretas, palito de fósforo ou bitucas de cigarros ocasionam incêndios nas estradas”, declarou.

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