O Ministério Público Federal de Sinop abriu inquérito para apurar o que houve com os equipamentos apreendidos, utilizados em um garimpo ilegal no Nortão, na divisa com Pará, na operação Eldorado, em 2012, na terras indígenas Munduruku, Kayabi e Apiaká. Na portaria divulgada ontem, o procurador da República Lucas Horta de Almedida, apontou que há informações de terem afundado do rio Teles Pires e não mais retirados, causando poluição.
Ele determinou à superintendência do IBAMA em Mato Grosso para que,no prazo de 20 dias, informe o destino dado para as carcaças dos equipamentos utilizados em garimpo ilegal. A mesma solicitação também foi feita a superitendência da Polícia Federal. Nas respostas devem constar os documentos requeridos e dados técnicos indispensáveis a propositura de eventual ação civil pública.
Pouco depois da operação, o próprio MPF denunciou 30 pessoas por envolvimento na extração illegal, por crime ambiental, formação de quadrilha, usurpação de bens da União, operação ilegal de instituição financeira, receptação qualificada e corrupção passiva e ativa. A quadrilha tinha ramificações nos estados do Pará, Rondônia, Amazonas e São Paulo e dividia as atividades a três grupos.
Segundo o MPF, mediante o aliciamento de algumas lideranças indígenas locais os garimpeiros exploravam ilegalmente o ouro dentro das terras indígenas, via balsas escariantes. O minério era transportado para os municípios de Itaituba (PA), Jacareacanga (PA), Porto Velho (RO), Alta Floresta e Apuí (AM) e comercializado em Postos de Compra de Ouro (PCO) ligados a grandes empresas Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs).