sexta-feira, 26/abril/2024
PUBLICIDADE

MPF começa inspeção de impactos causados por hidrelétricas no rio Teles Pires no Nortão

PUBLICIDADE
Redação Só Notícias (foto: assessoria/arquivo)

O Ministério Público Federal (MPF) fez a primeira etapa da inspeção integrada de impactos causados pelo conjunto de grandes hidrelétricas construídas no rio Teles Pires, na região de Sinop, Colíder e no estado do Pará, no início deste mês. A ação foi coordenada pelo procurador da República no Mato Grosso, Erich Masson, em conjunto com Felício Pontes Júnior, da Câmara de Populações Indígenas e Povos Tradicionais do MPF e dos promotores de Justiça Marcelo Vacchiano e Ana Peterline, do Ministério Público do Estado (MPE).

De acordo com a assessoria, as atividades de inspeção pretendem levantar os impactos cumulativos e sinérgicos causados pelas hidrelétricas Sinop (462 MW/h), Colíder (342 MW/h), Teles Pires (1.800 MW/h) e São Manoel (746 MW/h). Quatro grandes usinas operando conjuntamente em um mesmo rio é um evento inédito na Amazônia. As hidrelétricas passaram a operar simultaneamente desde o ano passado. Elas formam um complexo de empreendimentos que barram o Teles Pires, um dos rios formadores da bacia do Tapajós, junto com o Rio Juruena.

Durante a primeira etapa uma equipe de especialistas percorreu o trecho conhecido como baixo Teles Pires, na Terra Indígena Kayabi, onde vivem indígenas das etnias Kayabi, Munduruku e Apiaká. Com foco nas demandas das comunidades e nos problemas que estão sendo vivenciados pelos impactos provocados pelo complexo de hidrelétricas foi realizada uma assembleia na aldeia Teles Pires, no dia 3 de março. Entre as demandas apresentadas em todas as comunidades, o aspecto de segurança alimentar é o que mais se destaca, com a sensível diminuição do número de peixes e quelônios no Teles Pires.

“Os indígenas dependem de caça e pesca e, se houver diminuição das populações desses animais, não conseguirão se alimentar”. Com a participação de peritos especialistas em diversas áreas como ictiofauna, quelônios, água, espera-se que os resultados dos estudos sirvam como subsídio para tomada de medidas de proteção socioambiental das populações atingidas”, disse o procurador Erich Masson, através da assessoria.

As atividades de inspeção são uma reivindicação dos atingidos pelas usinas. Dossiês de denúncia, representações e atividades de monitoramento independente de impacto vêm sendo realizadas pelas comunidades desde o início da implementação das quatro usinas. Além disso, os atingidos também participaram da produção de um documentário, com o título “O complexo”, em 2016, no qual já apontavam os impactos sinérgicos do complexo de usinas.

Conforme Só Notícias já informou, a secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema) aplicou multa de R$ 12 milhões pela mortandade de seis toneladas de peixes ocorrida, na semana, abaixo do barramento da Usina Hidrelétrica Sinop, entre Itaúba e Sinop. A apuração feita pela equipe multidisciplinar da secretaria aponta que a maioria das espécies morta é de couro como bico de pato, jaú e pintado que “apresentavam diversos sinais de barotrauma, como olhos saltados, eversão estomacal (vísceras expostas) e injúrias físicas”.

COMPARTILHE:

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Homem morre após cair de moto em Sorriso

Willians Roberto Prates da Silva morreu esta manhã em...

Prefeitura contrata show da cantora Paula Fernandes para reveillón no Nortão

A prefeitura de Santa Carmem (35 quilômetros de Sinop)...
PUBLICIDADE