O Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito civil para investigar possíveis falhas na investigação da morte do agente da Polícia Federal, Mário Henrique de Almeida Mattos, 33 anos, durante operação, no dia 15 de maio. O policial fazia parte da equipe que investigava uma quadrilha acusada de tentar roubar uma aeronave em um hangar às margens da MT-140, quando houve troca de tiros. Mário foi atingido por um tiro no tórax, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Agora, a procuradora da República, Samira Engel, quer que sejam adotadas “todas as medidas possíveis e necessárias, judiciais e extrajudiciais” para apurar a morte do policial. Outros detalhes do inquérito não foram divulgados, assim como o prazo para conclusão da apuração.
No dia do assassinato de Mário, pelo menos seis bandidos fortemente armados teriam rendido um piloto do aeródromo e outro funcionário. A PF estava monitorando a quadrilha e agiu, quando houve o confronto. O avião não foi roubado. No local, os policiais apreenderam um veículo VW Saveiro preto, possivelmente utilizado pelos criminosos. Foram apreendidos ainda uma escopeta calibre 12 e dois revólveres calibres 38.
O piloto que levaria o avião foi preso, além de 4 integrantes que foram localizados em bairros em Sinop. Daniel Tenorio, apontado como líder da quadrilha e que também estava com mandado de prisão decretado pela Justiça Federal, morreu, no dia 21 de maio, quando a PF foi prendê-lo, em uma casa no bairro Daury Riva.
A morte de Daniel também está sob análise do MPF, conforme Só Notícias já informou. Isso porque o juiz da 1ª Vara Federal em Sinop, Murilo Mendes, alegou discordância quanto ao levantamento das informações ressaltando que não obedeceram critérios “mínimos de apuração de um crime”. Em entrevista coletiva, também no dia 21 de maio, o delegado da Polícia Federal, Samir Zugaibe, afirmou que Tenório foi morto com dois tiros. Segundo ele, as equipes fizeram o cerco na casa. Porém, no momento que entraram e foram abordar Daniel, ele reagiu armado com uma pistola, sem, no entanto, chegar a disparar.
O delegado afirmou que foi Daniel "quem alugou as armas" para a quadrilha tentar roubar o avião, dia 16 de maio, no Aeródromo Canarinho, onde os policiais estavam escondidos para pegar o bando e houve tiroteio que resultou na morte do policial federal. Segundo a PF, Tenório era o braço financeiro da quadrilha e que recebeu R$ 180 mil pelo roubo de outro avião Cesnna 206, em abril, de um aeroclube às margens da rodovia Sinop-Santa Carmem. Ao todo seis pessoas foram indiciadas no caso.