A economia com combustível e facilidade de trafegar em estradas de díficil acesso faz com que seja indispensável o uso de jericos na região de Guarantã do Norte (230 km de Sinop). A estimativa é que cerca de 400 estejam circulando naquele município. “É difícil um fazendeiro que não tenha um carro estilo ‘jerico’, também conhecido como ‘paco-paco”, disse o presidente da comissão organizadora dos jeriqueiros da região, Waldemar Kerckhof.
“A maior vantagem é a economia, pois funciona a diesel e chega a fazer até 30 km com um litro do combustível’, destacou Waldemar. Soma-se a isso o fato de não haver pagamento dos impostos, emplacamento, entre outros. Para funcionar, usam motores de S-10, pick up, fusca e até os utilizados para extração nos garimpos.
Entretanto, reconhecem que essa situação não vai perdurar por muito tempo. Numa ação conjunta, o Ministério Público Estadual, por meio do promotor da comarca, Milton Mattos da Silveira Neto, realizou uma audiência pública para disciplinar o uso do transporte alternativo. Os jeriqueiros também participaram de palestras com representantes da Ciretran, Polícia Civil, Militar e prefeitura.
‘Temos seis meses para nos adequar, concordamos que é importante ter seguro, cinto de segurança, espelho retrovisor, entre outros itens necessários para reduzir índice de acidentes de trânsito’, completou o presidente.
O promotor de Justiça frisou que o abandono da prática do ‘jerico’ será algo gradual, devendo, primeiramente, haver uma mudança cultural, até porque o próprio desenvolvimento econômico da região, bem como o aumento do tráfego nas estradas, que vem sendo asfaltadas levará a extinção, por isso a primeira ação do Ministério Público será adequar os carros artesanais aos itens básicos de segurança.