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Mercado Municipal oferece álcool, drogas e prostituição em Cuiabá

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O Mercado Municipal, no centro de Cuiabá, é sinônimo de degradação, prostituição e consumo de drogas. O público dos bares da Praça Maria Taquara e do Beco do Candeeiro migraram para lá. Durante o dia, poucos comerciantes tentam manter o negócio no local. À noite, restam apenas os empreendimentos que vendem bebidas alcoólicas e dão abrigo para os frequentadores.

A equipe de reportagem esteve por uma tarde no espaço, que já foi um dos mais valorizados da Capital. Nas paredes, consumidas pelo tempo e pela falta de manutenção, pichações da facção criminosa Comando Vermelho (CV). As pessoas que passaram informações, logo que viram o veículo do Jornal A Gazeta pediram para não serem identificadas, com medo de represálias.

Conforme os comerciantes, a maior parte dos espaços em funcionamento está ilegal e não possui nenhum tipo de autorização governamental para abrir. Os que têm saída para a rua Joaquim Murtinho e para avenida Generoso Ponce, ainda conseguem fazer vendas, mas os que estão situados no interior da Mercado, sobrevivem devido a uma fraca freguesia, mas que é fiel.

Há muito tempo, novos comerciantes não se interessam pelos boxes. Eles estão abandonados e onde, antigamente era um instituto de beleza e uma floricultura, restam apenas as placas na faixada. Outro espaço, que abrigava uma lan house, está destruído e sem teto.

Não existe perspectiva de reforma e a última aconteceu quando o já falecido Dante de Oliveira era prefeito de Cuiabá, na década de 80, e se resumiu a uma pintura. No interior do Mercado, 3 açougues e uma oficina de restauração de móveis funcionam durante o dia e lutam para sobreviver. Os estabelecimentos precisam fechar antes das 18h, porque neste horário o fluxo dos bares localizados nos corredores centrais começa a aumentar.

Um dos empresários conta que a música é alta desde às 10h da manhã e a transição de pessoas é grande. Porém, neste período, que segue até às 17h, aproximadamente, existe uma certa segurança. Quando a noite começa a cair, o número de assaltos e a venda de drogas são descarados. “As pessoas saem sem nada daqui, mas não vão à polícia porque são casadas ou têm vergonha”.

O público que costuma ir ao local está habituado a conviver com a venda e consumo de droga livremente. E, quando a questão é a prostituição, qualquer lugar escuro ou salão desocupado vira espaço propício para o programa.

Desde o portão, as falhas estruturais são evidentes. As instalações elétricas legais e ilegais ficam expostas e o esgoto corre a céu aberto em vários pontos. A água fétida costuma ficar represada em alguns pontos e não passa despercebida aos pedestres. O banheiro não tem nenhum tipo de condição de uso. As portas internas são inexistentes e a descarga não funciona. A pia não tem água, sequer torneira e um aguaceiro toma conta do piso. Latões concentram o lixo dos estabelecimentos e, em meio a este cenário, as pessoas transitam, dançam lambadão, funk e acompanham as letras das músicas de “sofrência”, que soam em potentes caixas de som.

O comerciante Sebastião Luciano conta que várias reuniões foram feitas com chefes do Executivo em diferentes gestões, desde os anos 80, quando se iniciou a decadência do Mercado Municipal, que é de propriedade da Câmara dos Vereadores e administrado pela Prefeitura de Cuiabá. “O que se percebe é o descaso, parece que os dirigentes estão esperando os comerciantes desistirem para derrubar tudo”. Um boxe, com cerca de 5 mil metros quadrados, custa aproximadamente R$ 500 de taxa de ocupação de solo, e mesmo assim, ninguém quer investir lá. “O prédio não é tombado pelo patrimônio histórico, mas faz parte da trajetória da cidade. Não tem como falar de projeto Cuiabá 300 anos e deixar o mercado de lado”.

Pesquisador e administrador do grupo Cuiabá -MT de Antigamente, Francisco das Chagas Rocha conta que o Mercado Público Miguel Sutil começou a ser construído em 1950, quando o prefeito da Capital era José Garcia Neto. Porém, a obra foi concluída na gestão de Hélio Palma de Arruda. O nome foi uma homenagem ao fundador de Cuiabá. No ambiente, figuras ilustres como Lenine Póvoas, Maria Auad França, Libania Lobo e Terezinha Eubank faziam suas compras e os comerciantes provenientes da primeira feira livre de Cuiabá, que começava na avenida Generoso Ponce e acabava na rua 13 de Junho, foram instalados.

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