quarta-feira, 15/maio/2024
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Marido e ex-policial são condenados em júri popular pelo assassinato de enfermeira em Sinop

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Só Notícias/Kelvin Ramirez e Fabiano Marques (foto: Só Notícias/Fabiano Marques e arquivo)

Terminou, esta madrugada (1º) o júri popular do assassinato da enfermeira Zuilda Correia Rodrigues, de 43 anos, ocorrido em setembro de 2019, em Sinop. Os dois denunciados pela promotoria foram considerados culpados pelos jurados e a juíza Rosângela Zacarkim definiu a pena de Ronaldo da Rosa, marido de Zuilda, de 17 anos de prisão e o ex-policial militar Marcos Vinícius Pereira Ricardi, foi condenado a 16 anos de reclusão. Ambos foram julgados por homicídio qualificado, cometido de maneira cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, contra mulher em razão do gênero (feminicídio) e ocultação de cadáver.

O julgamento durou cerca de 17 horas, na comarca de Sinop. A juíza Rosangela Zacarkim, detalhou ao Só Notícias, sobre a dosimetria de penas. “Houve a condenação de ambos. Quanto ao condenado Marcos Vinicius foram quatro qualificadoras, sendo uma que qualifica e as outras acrescentam a pena. De Ronaldo caiu uma qualificadora e ficaram três, a pena base de um ficou 18 e do outro 16. A diferença é que Marcos Vinicius confessou e tem a redução de um sexto e Ronaldo não confessou, então não teve o benefício da atenuante, como há ocultação de cadáver, temos penas, penso que justas, eles cumpriram quatro anos e isso vai ser abatido pelo juiz da execução”, explicou.

Rosangela explica que ambos já cumpriram uma parte da pena e, atualmente, estavam em liberdade. Entretanto, a condenação é em regime fechado. “Eles foram condenados em regime fechado, transitando em julgado a sentença eles vão ser recolhidos já para terminar o cumprimento da pena no regime fechado. Depois, conforme o comportamento, as leis da execução penal, eles vão ter os benefícios que a lei segura. O tribunal de justiça concedeu liberdade provisória, então eu facultei que eles recorressem se quiserem, é um direito, que recorressem em liberdade, quais as medidas cautelares, tornozeleira e outras cautelares, acabando os recursos volte para o presídio em caso de manter a condenação, que eu entendo”, concluiu a magistrada.

O promotor de Justiça, Herbert Ferreira, analisou após a conclusão do júri que “foi o entendimento dos jurados, deixaram claro o recado a sociedade sinopense que nós não toleramos esse tipo de criminalidade, não toleramos feminicídio e o Ministério Público sempre atuará nos processos e plenários em defesa da vida, das vítimas e da sociedade”, destacou.

O advogado José Everaldo, que fez a defesa de Marcos Vinícius, afirmou que irá recorrer. “A defesa vai apelar, vamos ao TJ (Tribunal de Justiça) e STJ, o intuito desde o princípio é picotar algumas das qualificadoras, entendemos como plenamente possível, o decote de pelo menos duas. Entendemos o certo que não há de se falar em feminicídio, e muito menos o recurso que dificultou a defesa da vítima. No geral, obviamente não demos nos satisfeitos, mas há a possibilidade de recurso e ainda entendemos que a pena foi severa, era possível, sim, a desclassificação por lesão corporal seguida de morte ou a aplicação de privilégio, mas respeitamos a decisão do conselho de sentença”, explicou, ao Só Notícias.

Já o advogado Bruno Hintz, que fez a defesa do marido de Zuilda, Ronaldo Rosa, afirmou que a defesa estará analisando um possível recurso. “Hoje temos uma resposta do Estado, o Ronaldo foi condenado e pegou uma pena de 17 anos, a defesa por sua vez estará analisando a possibilidade da interposição de um recurso. Fato é que de primeiro plano entendemos que é uma decisão contrária aos próprios autos, tendo em vista que o outro acusado assumiu toda a responsabilidade em série judicial e a prova técnica corrobora a não participação do Ronaldo”, concluiu.

Conforme Só Notícias já informou, o esposo de Zuilda foi preso, em outubro de 2019, em Sinop. Na única declaração que deu à imprensa, ao ser conduzido à delegacia de Policia Civil pelos investigadores, disse ser inocente. Os policiais o monitoraram por cerca de 10 horas e estavam com mandado judicial para prendê-lo. Durante interrogatório, ele permaneceu em silêncio.

O policial – que posteriormente acabou sendo desligado da PM – foi o primeiro a ser preso e revelou que o corpo da enfermeira havia sido jogado em uma tubulação, nas proximidades do centro de eventos Dante de Oliveira. Ele confessou ainda ter participado do espancamento que resultou na morte de Zuilda.

O esposo de Zuilda tinha um ponto de venda de espetinhos, no centro da cidade, onde o policial trabalhava fazendo entregas, uma vez que estava afastado da corporação. Conforme a versão inicial apresentada pelo militar, a tentativa seria dar um susto na enfermeira simulando tentativa de assalto e a situação teria saído do controle. Zuilda era funcionária de um hospital e desapareceu no dia 27 de setembro de 2019. Ela foi velada e sepultada em Sinop.

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