O promotor Mauro Zaque, do GAECO- Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado- disse hoje ao Só Notícias que não estão descartadas novas prisões de empresários na região Norte, suspeitos de envolvimento com fiscais estaduais em esquema de sonegação de ICMs a partir do não lançamento no sistema de cobrança da Secretaria de Fazenda das terceiras vias das notas fiscais de mercadorias, que passavam por postos nas divisas de Mato Grosso. Através da Operação Quimera, foram presos, em Sorriso, o empresário Anderson Obem de Castro, da empresa Scatoben distribuidora de alimentos e, em Lucas do Rio Verde, o empresário Moacir Frey, da empresa F. H Transportes. Um deles foi liberado ontem pois estaria colaborando nas investigações. Donos de supermercados em Juína e Paranaíta também foram presos.
O promotor Mauro Zaque admitiu que são fortes os indícios de mais empresários no Nortão estarem envolvidos no esquema. “São empresas de vários segmentos, inclusive no setor de aço”, disse o promotor, em entrevista ao Só Notícias. “Nossa ação era centrada, anteriormente, em agentes públicos (fiscais) mas acabou sendo ampliada para empresários devido ao notório envolvimento de vários deles com o esquema que desviou mais de R$ 400 milhões em impostos dos cofres públicos”, acrescentou Zaque.
O Ministério Público tem informações que um intermediário estaria recebendo R$ 80 mil mensais para favorecer empresas. As investigações estão sendo feitas há 6 meses e o tamanho do patrimônio de alguns fiscais impressionou os promotores.
O promotor disse que estará analisando os documentos apreendidos em Sinop no hotel do fiscal Ari Garcia e mais de 1.300 notas ( terceiras vias) apreendidas no sítio do fiscal José Divino Xavier da Cruz, em Rondonópolis, dentre outros documentos apreendidos até agora. “Nada impede que outros suspeitos e envolvidos possam ser presos a qualquer momento”, afirmou Zaque.
No Estado foram presos, desde quarta-feira de manhã quando a operação foi deflagrada, 8 fiscais e cerca de 10 empresários. Há pelo menos 7 foragidos. Um deles, com prisão decretada pela Justiça, é o fiscal Ari Garcia, ex-chefe da Exatoria de Fazenda, que seria dono de um hotel em Sinop onde o GAECO apreendeu um computador e documentos ( cujo teor não foi informado). O secretário afastado da Prefeitura de Varzea Grande, Toninho Domingos, irmão do prefeito e sócio da Casa Domingos, também está com prisão decretada e foragido.
As empresas envolvidas serão punidas pela Secretaria Estadual de Fazenda podendo ter até a inscrição estadual suspensa.