Mais de 30 mil CDs e DVDs foram encaminhados pelo Fórum de Cuiabá para destruição e reciclagem. O material estava vinculado a processos de quatro varas criminais, que tramitavam desde 2007 e foram encerrados. As unidades são fruto de apreensões na capital em combate ao crime de pirataria. A trituração e destinação são realizadas por meio de uma parceria entre o Judiciário, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e uma empresa de reciclagem.
A gestora do Setor de Apreensões do Fórum de Cuiabá, Ana Rita Gonçalves Pinheiro, explica que os 30 mil CDs e DVDs foram encaminhados para destruição por determinação judicial. Pela lei, a recomendação é pela destruição, sem especificar a forma de eliminação do material ilegal. Porém, a diretoria do Fórum buscou parceria com a empresa para garantir a preservação do meio ambiente e contribuir com estudos acadêmicos. A empresa também é responsável pela destinação dos materiais eletrônicos encaminhados pela Justiça.
Antes, o material era destruído em caldeira, o que ocasionava na liberação de gases poluentes e deixava resíduos. Com a trituração das mídias, o papel e o plástico são separados e reciclados. Os fragmentos dos CDs e DVDs são levados para a UFMT, que armazena e faz o encaminhamento para laboratórios e outras universidades para extração de elementos químicos para reaproveitamento e estudos.
O professor do Departamento de Administração UFMT, Einstein Lemos Aguiar, lembra que jogado ao tempo uma unidade deste material demora até mil anos para se decompor. Por isso a escolha do Fórum para destruição é a maneira mais adequada, uma vez que a reutilização é total. "A reciclagem é feita a seco e não polui nada, sem contar que tudo é reutilizado. Uma parte vai para reciclagem e a outra é reaproveitada, seja para estudo, seja na extração de elementos que podem ser reaplicados. Tem um enfoque totalmente social, além de evitar um passivo ambiental".
A máquina usada no trabalho foi desenvolvida para reaproveitamento de placas eletrônicas e o proprietário da empresa de reciclagem, engenheiro Carlos Israilev, adaptou o equipamento para a reciclagem dos CDs e DVDs. "Vi a possibilidade de contribuir com um descarte mais adequado deste material. Estamos cumprindo um papel social. O lixo tecnológico é muito maior do que imaginamos e temos que dar atenção a isso. Precisamos buscar meios de contribuir com o meio ambiente".
O Equipamento para Reciclagem de Placas de Circuito Impresso (ERPCI) foi desenvolvido por meio de uma parceria entre o SENAI, UFMT e a empresa com foco na reciclagem de placas originadas de sucatas eletrônicas. Recupera metais básicos e preciosos que podem ser reutilizados na fabricação de novos materiais, que dependem desta matéria prima.