A justiça revogou as prisões preventivas dos dois acusados de envolvimento no duplo assassinato, a tiros, de Cristhian Jhones Campos de Souza, 18 anos, e P.S.S., 16 anos. O crime aconteceu em novembro de 2014, na avenida Júlio Campos, próximo à praça da Bíblia, quando também foram atingidas outras pessoas que sobreviveram.
A decisão de soltar os réus ocorreu após um novo adiamento do júri popular, que estava previsto para esta quarta-feira. “No caso em apreço, é certo que o fato relativo ao crime constante da denúncia são dotados de certa complexidade, bem como verifica-se que tanto a defesa, quanto o próprio Poder Judiciário contribuíram para a demora da tramitação do feito. Assim, diante da redesignação da sessão de julgamento dos acusados, entendo que a manutenção de suas prisões poderá vir a configurar o excesso de prazo na formação da culpa”, consta na decisão que determinou a soltura.
O júri popular do caso foi redesignado para abril do ano que vem. Os dois suspeitos devem ser colocados em liberdade, nesta quinta-feira, caso não estejam presos por outro motivo. Eles terão que cumprir medidas cautelares.
Este ano, conforme Só Notícias já informou, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nefi Cordeiro, não autorizou a soltura dos dois acusados. A defesa alegou “excesso de prazo para o julgamento”, afirmando que a dupla estava presa há mais de três anos e que o julgamento já havia remarcado várias vezes. Recentemente, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso também negou a revogação das prisões.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, o crime foi cometido por três jovens. Um deles, de 23 anos, porém, foi encontrado morto, em janeiro de 2018, na cela 5 do raio Azul, do presídio Osvaldo Florentino Leite Ferreira, o “Ferrugem”. O jovem havia sido localizado pela polícia em Primavera do Leste, meses após o crime. Desde então, estava preso em Sinop.
Os outros dois foram localizados, em 2015, em Porto União (SC) e no bairro Maria Vindilina 3, em Sinop. Conforme decisão de pronúncia, a dupla responderá em júri por duplo homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, emprego de meio que resulta em perigo comum e mediante emboscada. Os dois também vão a julgamento por três tentativas de homicídio, duas delas contra policiais militares.