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Índios reclamam de obras da BR-163 no Nortão

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Índios de nove etnias, incluindo caiapós, apiacás, panarás, terenas e caiabis, não estão satisfeitos com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da BR-163 em Guarantã do Norte, no Norte de Mato Grosso. Eles ameaçam paralisar as atividades do 9º Batalhão de Engenharia e Construção (9º BEC) caso não haja um diálogo entre a prefeitura, o Ministério dos Transportes e as lideranças indígenas.

Segundo o cacique caiapó, Megaron Txucarramãe, falta clareza nas ações e eles querem saber dos impactos dessa obra no meio ambiente, principalmente no que interferir nas reservas indígenas. O argumento se sustenta no fato de que a obra pode causar uma mudança prejudicial à natureza e a sociedade nas 11 aldeias próximas da estrada, que corta o Centro-Oeste e Norte do país. Ao todo, nas 9 aldeias da região vivem cerca de 4 mil índios.

De acordo com o cacique Megaron Txucarramãe, que é administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Colíder, em 2006 os índios fecharam a estrada e depois de negociaram com o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) que se comprometeu em pagar os gastos dos povos com a mobilização, mas até hoje a União deve cerca e R$ 80 mil. Além disso, os índios requerem caminhonetes e combustível. Eles também reclamam de discriminação de empresas de ônibus que se recusam a transportá-los ou de mercados não vendem comida, por exemplo.

O prefeito de Guarantã do Norte, José Humberto Macedo (DEM), participou ontem, em Brasília, de uma audiência com o diretor Nacional do DNIT, Luiz Antônio Pagot, e disse que a dívida entre União e índios já foi discutida inúmeras vezes, sem solução. “Estou cansado de conversar com Pagot sobre isso”.

A diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT) defende que haja um debate o mais rápido possível para evitar uma celeuma maior ao ponto de interromper a obra da BR-163 que faz parte da Operação Guarantã, sob a responsabilidade do batalhão. O trecho que será asfaltado contempla 49,6 quilômetros até a divisa do Pará, num orçamento de mais de R$ 45 milhões.

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