Cerca de 250 lideranças indígenas iniciaram um protesto na Rodovia MT-322, na altura do Rio Xingu, contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, prevista para ser erguida no município de Altamira, no Pará. Amanhã, eles vão interromper a travessia da balsa do Xingu ligando as regiões Norte a Araguaia. A usina está prevista para ser oferecida em leilão em dezembro.
Até agora não foram obtidas as três licenças necessárias – a prévia, a de instalação e a de operação – do Ibama.
A manifestação dos índios na Aldeia Piaraçu, na terra indígena Kapot/Jarina, foi motivada pela declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que citou “forças demoníacas que puxam o país para baixo, impedindo que haja avanços”, ao referir-se aos que são contrários ao projeto de Belo Monte.
O protesto dos índios começou na quarta-feira da semana passada e deve terminar amanhã, na véspera de uma reunião que ocorrerá na Vila Roçada, município de Senador José Porfírio, que vai reunir lideranças indígenas, moradores ribeirinhos, procuradores da República, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e advogados. O líder indígena Megaron Txucurramae disse que os caiapós estão aborrecidos com as declarações do ministro. “Ele usou uma palavra muito feia, uma ofensa para nós e para quem defende a natureza.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.