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Índios bloqueiam BR-163 no Pará

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Mais de 200 índios de três etnias ocuparam a rodovia BR-163 (Santarém-Cuiabá) hoje pela manhã. Eles estavam acampados há três dias na usina de Curuá e passaram a ocupar também a estrada, segundo informações da Polícia Militar.

A manifestação começou com cerca de 100 índios ocupando a obra da usina na última terça-feira. Com a chegada de mais manifestantes, eles passaram também a ocupar a estrada. Segundo um funcionário da usina, as obras foram completamente paralisadas. ‘Eles chegaram por volta das 11 horas, ocuparam a estrada e tivemos que suspender as atividades’, explicou Nivaldo Silva.

Segundo informou a Polícia Militar, a situação está controlada. ‘Não temos informação de nenhum conflito, mas estamos acompanhando tudo por telefone’, disse o Major Nerys, comandante do destacamento da Polícia Militar em Castelo dos Sonhos.
A interdição acontece no KM-17 da rodovia, entre o distrito de Castelo dos Sonhos e a divisa do Pará com o Maranhão. Apenas ambulâncias são liberadas para circular na Santarém-Cuiabá.

Os índios das etnias Baú, Mecronotire e Piracanú reivindicam a abertura de estradas, atendimento médico e implantação de energia elétrica nas aldeias. Segundo a polícia, eles pedem também a demarcação das terras pelo Governo Federal. Entre essas áreas, foi construída a hidrelétrica de Curuá.

De acordo com informações do líder indígena Megaron, que atua junto com a Funai de Colíder, no Mato Grosso, o orgão que gerencia a situação, a fundação está ciente da manifestação e vai enviar ainda hoje um representante para o local. ‘O administrador está sabendo de tudo e vai ao local. Primeiro tem que ouvir o que eles reivindicam e depois negociar para a saída’, disse o indígena.

Os manifestantes se reuniram, ontem à noite, com alguns diretores da empresa Curuá Energia, responsável pelas obras da hidrelétrica de Curuá, onde está montado o acampamento. Depois de quase quatro horas de reunião, não houve consenso entre as partes, e os indígenas exigiram a presença do presidente da empresa Curuá Energia e de um representante do Governo Federal.

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