O presidente do Ibama, Marcus Barros, e o interventor do instituto no Mato Grosso, Elielson Ayres, reuniram-se com os servidores na gerência em Cuibá para prestar informações sobre a Operação Curupira. Barros lamentou com pesar as prisões e afastamento dos servidores.
“Não há qualquer prazer em ver as pessoas que estavam conosco, algumas que gozavam de nossa confiança, se contaminarem nesse processo. Estamos fazendo uma drenagem. Pusemos o dedo na ferida da corrupção”, disse o presidente.
Marcus Barros explicou que não poderia deixar de combater a corrupção. “O gestor público que vê mas não age, está prevaricando”. Para o presidente, a corrupção teve um peso muito grande no desmatamento florestal verificado em Mato Grosso (mais de 12 mil km2): “ela foi facilitadora da destruição”. Ele também disse que veio “prestar solidariedade” aos servidores do Ibama que “são dignos e a partir da intervenção vão reconstruir a casa”.
Funcionamento normal – A gerência executiva do Ibama em Cuiabá volta a atender a população na próxima segunda-feira (06). A informação é do interventor nomeado pelo presidente do Ibama, Elielson Ayres que anuncia trabalho de reorganização da gerência para “recuperar a credibilidade do instituto no estado”.
De acordo com Ayres, os processos no Ibama serão informatizados e a população poderá fazer consultas diretamente no computador para saber da expedição de autorizações e licenças. A informatização diminuirá a necessidade de contato direto com servidores, tornará a tramitação mais transparente e agilizará o atendimento. “Nenhum processo vai ficar mais de 24 horas na mesa de nenhum funcionário do Ibama”, avisa o interventor.
Além de racionalizar o funcionamento da autarquia, as medidas visam maior controle. Conforme Elielson Ayres, o Ibama continuará apurando internamente as irregularidades em colaboração com a Polícia Federal e o Ministério Público. “Já temos algumas irregularidades verificadas e estamos levando aos órgãos competentes. Temos uma Polícia Federal correta e competente, que trabalha em parceria com o Ibama e dá suporte ao que estamos fazendo”, atesta.
Uma equipe escalada pelo interventor está analisando os documentos apreendidos pela Operação Curupira. “Surgiram outras irregularidades e já identificamos outras fraudes que estamos apurando em sigilo”, avisa o interventor.
Ayres, no entanto, ressalta que mesmo as pessoas que foram presas provisoriamente ainda são consideradas inocentes. “Foram presas para se apurar provas. Até que essas surjam, elas são inocentes”. Além do afastamento e exoneração de servidores, o Ibama /MT está substituindo prestadores de serviço terceirizados.
Para Elielson Ayres, a mudança de equipe, a intervenção no Ibama/MT e a interdição da expedição de licenças para transporte de madeiras não afetará o funcionamento do setor madereiro regularizado, “o setor tem estoque de licenças”.